Querida mãezinha, minha querida Salete, Deus nos abençoe.
Somos aqui hoje uma família, dentro de nossa Família Maior, a comunidade dos filhos de Deus e tutelados de Jesus. E à frente do Natalício do Divino Mestre, reunimo-nos todos agradecendo a bênção de receber-lhe as lições sublimes.
Ligo o pensamento ao papai Américo e ao nosso Renato e espero que ambos recolham as nossas vibrações de fé e amor.
Aqui nos achamos, entre os irmãos e amigos que acolhem à nossa reunião de paz e alegria e dentre eles, destaco o vovô Rosário, o vovô Norberto, a irmã Josefina, a irmã Nicoleta Aversa, a tia Benedita, recordando a tia Maria Camacho, a vovó Sílvia e tantos outros, de vez que aspiramos a registrar os nossos agradecimentos, não apenas ao Senhor Jesus, mas também a vocês todos, familiares e irmãos queridos que nos emprestam as mãos para o trabalho do bem. Não julguem vocês que se faria insignificante para nós o concurso sempre valioso com que nos amparam.
Mamãe e Salete, abraçando-as com Solange e Márcio, peço me ajudem a sentir a gratidão que desejo exprimir a todos os nossos companheiros, implorando como fazer isso. Pois hoje, o nosso Dr. Bezerra me incumbiu paternalmente: “Diga Tadeu, de nosso reconhecimento aos que nos ouvem e nos atendem, auxiliando ao próximo como nós, os Espíritos amigos, desejamos auxiliar”.
Creia que muito me comovi ao receber semelhante encargo, porque sou ainda pequeno aprendiz, onde me encontro. Saí de nosso convívio, quando estudava contabilidade, mas a contabilidade do bem é grande demais para que eu lhe defina alguma ínfima parte.
Ainda assim, inspirado pelos nossos mentores, agradeço a cada companheiro e a cada irmã de nosso núcleo de trabalho, todos os gestos de amor com que nos favoreceram.
Muito gratos, somos nós, os companheiros hoje domiciliados no Mais Além, pela palavra de consolação e bênção que transmitiram em nome de Jesus aos que sofrem problemas e tribulações que nos excedem o entendimento;
e agradecemos ainda o livro edificante com que tantos corações imersos na sombra receberam em sua visitação da luz e da esperança, renovando as próprias diretrizes; a página impressa aparentemente pequenina com que o ensinamento da vida Espiritual alcançou os irmãos sofridos ou desesperados, inspirando-lhes o perdão das ofensas e o esquecimento, do mal;
o diálogo construtivo com que nos cederam tempo e atenção para que pudéssemos falar indiretamente às criaturas desalentadas e abatidas, restaurando-lhes o ânimo e a fé que se apagava, ante a ventania das provas remissoras;
a prece que ofereceram, em louvor a Deus, a pedir socorro para os doentes e para os que, agoniados, esperavam a morte sem a paz da compreensão;
o gesto de auxílio aos injustiçados que descriam de Deus;
o amparo, ainda que mínimo, às mães esquecidas e quase sem nome, atribuladas por necessidades e conflitos que os outros não conseguem imaginar;
o pão que distribuíram, em favor dos lares pressionados em vão pelas exigências primárias da vida;
o medicamento que doaram aos enfermos anônimos, que aguardavam da bondade de Deus, nas mãos amigas que a representassem;
o trabalho que promoveram para beneficiar os homens de bem, mas ainda muitas vezes, iletrados do ponto de vista humano, aflitos pela aquisição de pequenos recursos devidos à sustentação dos entes queridos;
o silêncio que fizeram, diante das palavras, por vezes, difíceis ou cruéis com que os agentes das trevas acendem as labaredas da discórdia;
a frase consolador a com que defenderam acusados ausentes conscientes que estamos de que somos todos filhos de Deus;
o socorro mesmo diminuto que conduziram aos companheiros hospitalizados nos institutos de reeducação;
a visita, ainda que rápida que realizaram junto de algum doente que os grupos sociais esqueceram;
a paciência em família, quando alguma nuvem turva o pensamento dos entes queridos, desfigurando-lhes a imagem na cólera sem razão;
a piedade construtiva com que reanimaram os fracos e aqueles irmãos outros dominados pela hipnose da obsessão;
a fé que incutiram nas mentes desiludidas, diante de provas necessárias;
o amor, enfim, que repartiram, em nome de amigos e companheiros que sobrevivem à morte e que, de nosso Plano, abençoam a lembrança de quantos lhes honram e memória com uma dádiva de fraternidade ou com uma palavra salutar.
Agradecemos por tudo, por todo o bem que recebemos, bem de bens tão grandes que expressões numéricas falecem em minhas definições pobres chamadas a agradecer.
Recordamos Jesus!
Tantos conquistadores passaram, tantos grandes nomes brilharam nas telas da vida humana e aqui nos achamos lembrando.
Aquele, que de tanta grandeza se fez alguém cuja simplicidade penetrou o íntimo de todos os corações.
Mamãe Iracy, diga ao papai que Jesus, de braços abertos na lenho guardava em si todo o poder para confiar na defesa máxima da justiça e que recordo isso para dizer a ele que as provas e dificuldades do momento são apenas ensinamentos preciosos da vida que nos cabe aceitar e agradecer.
Salete querida, desejo a você toda a felicidade com o nosso Renato e com as nossas queridas crianças.
Suas campanhas de beneficência me falam alto ao coração fraterno e agradeço a você pelos pensamentos de amor quando me lembra em suas mãos no auxílio ao próximo. A beneficência querida irmã, guarda um segredo maravilhoso, ela reúne num laço de paz e alegria aquele que auxilia e aquele que recebe, com a presença de Deus entre ambos.
E nós, os amigos na vida Espiritual, quando lembrados nesses gestos de amor e bênção, nos regozijamos e nos tornamos mais felizes, porque a dádiva material ou espiritual é sempre uma luz de união.
Desejo um Natal muito feliz a todos os companheiros da caminhada humana e a toda a família querida em cuja bondade tive o privilégio de viver.
Continuo vivendo e cultivando o amor que me ensinaram. Perdoe-me se não soube agradecer quanto e como devia, em nossa dívida de ternura e serviço para com os irmãos da família pelo ideal e pela fé.
Mamãe Iracy, querida Salete, irmãos queridos, Deus recompense a todos.
E a você, querida mamãe, receba com meu pai Américo, o abraço de gratidão e de amor, com todo o coração de seu filho, sempre mais reconhecido.
(Mensagem recebida pelo Médium Francisco Cândido Xavier, ao final da reunião pública do Grupo Espírita da Prece, na noite de 16-12-1977, em Uberaba, Minas Gerais).