Militares no Além

Dedicatória e Agradecimento



Dedicatória


Ao casal Aurélio e Júlia Amorim, nosso eterno preito de amor e gratidão.




Agradecimento


À Senhora Lúcia Feijó Barroso, pela excelente ajuda prestada na obtenção do histórico da Irmandade da Santa Cruz dos Militares, que enriqueceu, sobremodo, o nosso trabalho.





Conversando com o leitor



Amigo leitor,

Se você teve a oportunidade de compulsar os livros Sementeira de Luz e Deus conosco, trazidos a lume pelo Vinha de Luz — Serviço Editorial, saberá que a nossa família teve a felicidade de receber a visita do amigo Chico Xavier todas as quartas-feiras, à noite, para o culto no lar do Grupo Doméstico Arthur Joviano, em nossa residência, na Fazenda Modelo, em Pedro Leopoldo, Minas Gerais.

Nesses cultos, contávamos com a companhia de muitos amigos espirituais, alguns já apresentados a você, prezado leitor. Quando meus avós maternos, General Aurélio de Amorim e Júlia Pêgo de Amorim, passavam férias anuais em nossa casa, vários espíritos, que tinham sido militares em sua última encarnação, deixavam registradas suas presenças, quer por mensagens, quer por simples declinação de seus nomes, ao querido médium Chico Xavier.

Os ensinamentos eternos que estas mensagens contêm podemos agora difundir em decorrência da generosa participação do amigo Geraldo Lemos Neto, para quem rogamos ao divino Mestre Jesus conceder toda a felicidade que emana de suas divinas instruções de vida e que transcendem o nosso humilde conhecimento.




Nota da Editora: vide, às páginas 163-167 [do livro impresso], reprodução de alguns originais psicografados por Chico Xavier, nos quais ele anotou, de próprio punho, os .




A grande humanidade cristã do porvir



Que as bênçãos do Cristo vos fortaleçam.

Instituir núcleos de oração e criar fontes de força viva, que nutre famintos e ilumina as estradas a quantos se perdem na noite escura. Oh, irmãos amigos, que vos reunis sob a bandeira santa da paz! Como sois felizes à distancia da guerra! Quantas misérias seguem as batalhas? Quantas ruínas depois de cada bombardeio! Não mais a luz do sol, nem a tranquilidade da noite, mas a incerteza crescente, a dor que se estende como vulcão de lavas, que não se esgota nunca!

Antigamente, contemplávamos o céu rogando as graças do Todo-Poderoso! Hoje não mais a piedade da oração que procura as esperanças da Imensidade, porque do céu caem bombas destruidoras, que exterminam para sempre!

Não vos venho falar desejosa de estabelecer novos conhecimentos nas almas, relativamente ao polvo escuro, cujos tentáculos envolvem as nações cultas desde 1939! Não desejamos qualquer manifestação na imprensa de nosso país, não, meus amigos! Nós vimos orar convosco! Em plena tempestade, é preciso buscar o porto. Em trabalhos rudes, é necessário recorrermos à calma do coração. Como não podia deixar de ser, nós estamos servindo com amor. Não mais o exclusivismo de raça, de agrupamento de família, mas o universalismo da humanidade. Abraçamos em nossa fé nosso Brasil sempre novo, mas não no sentido regionalista de outro tempo e sim no propósito de alargar-lhe as fronteiras do sentimento para !

Os campos europeus convertidos em cemitérios requisitam trabalhadores devotados. Descrever o pavoroso sofrimento das coletividades atingidas pelo monstro é impossível! Comentar as desgraças de povos inteiros seria faltar à caridade de Jesus Cristo. Onde estão os missionários humanos que assistam, de novo, às almas infelizes do velho continente? Onde os que desejem esquecer todos os ódios e todas as desventuras para se consagrarem ao espírito europeu simplesmente? Nos séculos que passaram, sacerdotes saíam das comodidades do Velho Mundo para enfrentar a América inóspita! Eles, porém, devassavam as matas verdes e escuras e defrontavam somente os perigos exteriores. Hoje, entretanto, há necessidade de discípulos fiéis de nosso Senhor, que estejam dispostos a penetrar o campo europeu para desafiar a selva de sentimentos transviados — homens de Deus que falem advogando o direito humano de confraternização e de paz.

Tardam, contudo, os filhos da luz nessas regiões desventuradas! A inteligência desvirtuada tem alguma coisa de satânico, de infernal! E os nossos serviços se desdobram infinitamente, porque as vozes da verdade escasseiam nos países mais vigorosos! Porque Caim continua no trono de sua dominação, trucidando todos os irmãos que se manifestarem dispostos à fraternidade universal. Do que existe verdadeiramente, possuis, no Brasil, uma vaga ideia em vossos lares.

Não vos denunciamos, porém, semelhantes dores com a intenção de atemorizar-vos diante da luta e sim para que intensifiqueis as vossas orações de louvor de graças cada dia, por se haver dignado o Senhor de livrar-vos das calamidades Funestas que precipitam os povos mais sábios no vórtice da destruição. E digo mais sábios porque não podemos afirmar os melhores. Há muita diferença entre evolução intelectual e progresso cristão. Não podemos cultivar o raciocínio contra as leis que governam a vida, porque as leis se voltam contra nós, confundindo-nos a razão pequenina e miserável!

Infelizes as nações que acenderam os fogos do morticínio! Sobre elas caem as maldições proferidas contra as coletividades pacíficas! Assestados contra si próprias permanecem os canhões consagrados à destruição dos povos amantes da liberdade! Criaram cadeias para os próprios pulsos, algemaram as mãos no longo e doloroso cativeiro projetado para quantos amam o trabalho por amor ao serviço da criação de Deus! Grandes horas, estes momentos do mundo inteiro! Marcam solenemente no relógio da eternidade os desvarios da Terra!

Irmãos, como aqueles que acompanharam o Mestre divino, também nós vos repetimos: orai sem cessar! Convertei vossos esforços e vossos dias em orações vivas a Deus! Grande é o instante da atualidade! Permanecei na vossa paz com o Cristo! Embora à distância da carnificina, em sua culminante expressão, sois igualmente do mundo e ninguém poderá eximir-se ao débito coletivo. A dor visita todos os departamentos da vida terrestre, acordando os que dormem. Permanecei na vossa vigília sagrada do lar, orando e trabalhando!

Agradeço-vos o momento de repouso, a hora de paz. O trabalhador de minha esfera sabe agradecer a sombra amiga, a praia acolhedora. Ele compreende, como apóstolo, que toda boa dádiva vem de Deus! Conserve o Senhor vosso teto amigo, cheio de luz espiritual! Ainda que passem os anos, ainda que se escoem os séculos, guardareis, para sempre, o perfume sublime de vossas orações, recordando que enquanto muitos se combatiam na destruição generalizada defendíeis a criação do eterno Pai e que enquanto a maioria de nossos irmãos do mesmo ninho discutiam interesses inferiores, ou se divertiam indiferentes às lágrimas alheias, vós oráveis no santuário doméstico, abrindo as portas do coração para os alvitres do céu a benefício de nossos irmãos em luta.

Guarde-vos o Senhor Deus o tabernáculo, porque é hora de regressarmos, nós também, para o centro da luta. Amai-vos muito, defendei vossa fé! Esperai no Senhor e não vos prendais aos homens, embora o serviço a eles nos constitua um sagrado dever! Abri-vos para as inspirações superiores! Crescei para Jesus, ainda que a humanidade vos desconheça o esforço salutar! Desdobrai pensamentos de paz em derredor de vossos passos e permanecei fiéis ao Evangelho e a vós mesmos!

Não vos podemos desejar outras riquezas, nem tesouros mais sublimes que estes, considerando que ainda não estamos libertos dos laços que nos prendem aos serviços terrestres. Transitai no mundo como servidores do Cristo, a quem vos entregais cada noite depois do labor de cada dia, e vencereis! Estamos espiritual e individualmente em vossa batalha de redenção particularizada. Não nos rendamos aos inimigos que travam conosco a luta dentro de nós! Prossigamos de espada na mão, enquanto a enxada descanse. Longo é o caminho, mas não nos falta roteiro. Jamais vos percais na bruma das ilusões. Seja Jesus Cristo convosco para sempre!


11 de outubro de 1944.


* * *


[Pedro Leopoldo, 02 de janeiro de 1952.]



Nota da Organizadora: Ano em que se iniciou a Segunda Guerra Mundial.


Nota da Organizadora: Anna Justina Ferreira Nery foi a primeira enfermeira do Brasil. Nasceu em 13 de dezembro de 1814, em Cachoeira de Paraguaçu | BA, vindo a desencarnar no Rio de Janeiro | RJ, em 20 de maio de 1880. à página 150.


: Todos os prefácios nos livros de Francisco Cândido Xavier foram recebidos na conclusão do livro, indicação segura de sua data de edição, embora, muitas vezes, houvessem sido publicados posteriormente, como é o caso do presente volume. A data colocada entre colchetes é a mesma da mensagem mais tardia deste livro impresso em 2008, que é a lição nº 37 intitulada “”. Lembramos ainda que a mensagem acima de Anna Nery recebida em 11/10/1944 foi colocada aqui “À guisa de prefácio”.




Bibliografia indicada



AMORIM, Wanda Joviano (Organizadora); XAVIER, Francisco Cândido. Deus conosco. Ditado pelo Espírito de Emmanuel. Belo Horizonte: Vinha de Luz, 2007.

AMORIM, Wanda Joviano (Org.); XAVIER, Francisco Cândido. Sementeira de luz. Ditado pelo Espírito de Neio Lúcio. 2. ed. Belo Horizonte: Vinha de Luz, 2006.

AZEVEDO, Cordolino. O Marechal Pêgo e a invasão do Paraná. Rio de Janeiro: Irmandade da Santa Cruz dos Militares, | 194-|.

FERREIRA, Guilherme Nunes. Irmandade da Santa Cruz dos Militares. Rio de Janeiro: Revista da Cultura — Fundação Cultural Exército Brasileiro, n. 9, p. 38-40, | 20--|.

XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo Espírito de Emmanuel. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1941.




Dados biográficos



MARECHAL ANTONIO JOSÉ MARIA PÊGO JUNIOR

Nasceu em 2 de julho de 1841, em Santos | SP Desencarnou em 7 de julho de 1907, no Rio de Janeiro | RJ. Era casado com Júlia Amália da Silva Pêgo. O casal teve três filhas: Júlia, Esther e Maria. O Marechal participou da Guerra do Paraguai e do Cerco da Lapa, no Paraná. Por sua atuação neste último conflito militar, foi injustamente condenado e, depois, absolvido. O livro intitulado O Marechal Pêgo e a Invasão do Paraná, de autoria do Cel. Cordolino de Azevedo, relata, com minúcias, este fato histórico.


GENERAL AURÉLIO DE AMORIM

Nasceu em 14 de agosto de 1869, em Manaus | AM. Desencarnou em 11 de novembro de 1952, no Rio de Janeiro | RJ. Era casado com Júlia Pêgo de Amorim. O casal teve seis filhos: Maria, Aurélia, Armando, Aramis, Mário e Iacy. Aurélio, além de militar, formou-se em Direito e foi Deputado Federal por seu estado natal. Foi, ainda, como se pôde deduzir pelas mensagens aqui colecionadas, provedor da Irmandade da Santa Cruz dos Militares por vários anos.


ANNA JUSTINA FERREIRA NERY

Nascida a 13 de dezembro de 1814, a baiana de Cachoeira de Paraguaçu era viúva do Capitão de Fragata Isidoro Antonio Nery, vindo a desencarnar em 20 de maio de 1880, no Rio de Janeiro | RJ. Foi a primeira enfermeira do Brasil.

Cinco homens de sua família foram convocados para a Guerra do Paraguai, de 1865 a 1870. Nesta ocasião, ela escreveu ao Presidente da Província da Bahia, de onde nunca saíra, querendo ir para o cenário da guerra como enfermeira: “Satisfarei, ao mesmo tempo, os impulsos de mãe e os deveres de humanidade para com aqueles que ora sacrificam suas vidas para honra e brilho nacionais, e pela integridade do Império.”

Seus dois irmãos da família Ferreira e seus três filhos dois médicos e um cadete — foram convocados para a guerra. As enfermeiras eram improvisadas. O número de enfermos excessivo. A pobreza material era extrema e a falta de higiene imperava onde reinavam o confinamento, a umidade e a promiscuidade. Os doentes comiam o que era possível e recebiam como “cordial” uma porção diária de aguardente ou cerveja. Nestas condições, poucos escapavam dos ferimentos graves. Morriam de cólera, tifo, disenteria, malária e varíola.

Anna Nery esteve em Corrientes, onde havia por aquela época seis mil soldados internados e poucas irmãs de caridade. Esteve ainda em Salto, Humaitá, Curupati e Assunção. Com seus recursos financeiros, fez construir na casa em que morara durante a guerra um enfermaria limpa e modelar, e aí trabalhou até o fim do conflito. Dizia-se que ela era a “mãe dos brasileiros”.

Após o término da guerra, quando regressou à Bahia, foi muito homenageada pelas mulheres baianas, além de ter sido condecorada e receber do imperador uma pensão vitalícia. Com os recursos que passou a receber como pensão, criou e educou quatro órfãos que trouxera do Paraguai.

A primeira escola oficial de Enfermagem de alto padrão fundada no Brasil em 1923 pelo médico Dr. Carlos Chagas tem, desde 1926, o nome de Anna Nery. A Semana da Enfermeira, instituída oficialmente, e que se realiza todos os anos, termina em 20 de maio, data do falecimento de Anna Nery. Seu retrato consta do acervo de personalidades ilustres na Câmara Municipal de Salvador | BA.



Biografia referenciada em HOUAISS, Antonio. Anna Justina Ferreira Nery. In: Mirador Internacional | ENCYCLOPAEDIA Britannica do Brasil, v. 15. São Paulo: Companhia Melhoramentos, 1979, p. 8:055-8.056. Imagem disponível em: . Acesso em 01 Fev. 2008.




Irmandade da Santa Cruz dos Militares



.Guilherme Nunes Ferreira


A maioria dos cariocas que cruza a Rua 1° de Março não imagina que a Igreja da Santa Cruz dos Militares guarda um precioso patrimônio cultural. Ali se encontra um valioso acervo que rememora a sua história, desconhecida para muitos.

Em 1605, naquele local, foi construído por Martim de Sá o Forte de Santa Cruz para proteger a entrada da Baía de Guanabara contra os invasores estrangeiros que ameaçavam constantemente o Rio de Janeiro. A área bem próxima ao Forte era banhada pelo mar. Depois de aterrada, corresponde hoje ao entorno da Praça XV. Com o passar do tempo e com a construção das fortalezas de São João e de Santa Cruz, o Forte perdeu a sua importância no sistema de defesa da Baía de Guanabara, sendo abandonado e destruído pelo mar, cujas ondas arremetiam-se contra as suas muralhas, destruindo-as paulatinamente.

Em 14 de dezembro de 1623, Martim de Sá doou o terreno para que os militares construíssem uma ermida e fundassem a Irmandade que, inicialmente, recebeu o nome de Vera Cruz. A partir da sua criação, a Fraternidade passou a ser sustentada com recursos provenientes das doações dos membros da guarnição colonial portuguesa. Os militares faziam suas contribuições mensalmente. Oficiais superiores doavam cem réis, os subalternos, cinquenta, e os soldados, vinte. Martim de Sá foi eleito seu primeiro provedor.

O objetivo da irmandade era assistir e resguardar o efetivo da guarnição. Isto porque, antes da chegada da família real, em 1808, o Brasil, principalmente o Rio de Janeiro, era relegado a segundo plano. Havia apenas interesse da metrópole na exploração das riquezas naturais, como ouro, prata, pedras preciosas e outros. Nesse cenário, aflorava a necessidade dos militares de um local onde pudessem prestar cultos religiosos, dar sepultura aos mortos, bem como oferecer caridade cristã. Na mesma época, para as viúvas e os órfãos desses militares, foi criado um sistema de assistência social, que perdura até os dias de hoje e é considerado o mais antigo do Brasil.

Em 1716, por meio de uma carta de sesmarias escrita por D. João 5 tio de D. João 6, foi doado todo o terreno localizado atrás da Igreja, no espaço exato da sua largura, indo até o mar, não importando quantos aterros fossem necessários para que se construísse o casario que deu início ao patrimônio da Irmandade.

Antes da abolição da escravatura, muitos escravos comprados tornavam-se servidores da Igreja e depois ganhavam a liberdade. O Conde D’Eu, que foi provedor da Irmandade por influência da política que era adotada, aderiu, juntamente com a esposa, à causa abolicionista. Em 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, abolindo a escravidão no Brasil.


CONSTRUÇÃO

Em 1770, uma vez que a ermida estava em precárias condições de conservação, à construção da Igreja atual se iniciou. A obra durou quarenta e um anos, sendo inaugurada em 1811, com a presença do Príncipe Regente. A sua construção foi baseada na 1greja de Géssus, em Roma, dos jesuítas, considerados os soldados de Cristo. Pretendiam os militares, com a execução do projeto, demonstrar semelhança com aqueles.

O Brigadeiro Custódio de Sá e Faria foi o autor do projeto de construção da Capela, cujo interior é de estilo rococó, considerado uma suavização do barroco. Mestre Valentin, um dos grandes escultores da época, realizou para a Igreja da Santa Cruz dos Militares várias obras de arte, como imagens, utensílios de madeira, entalhes e mobiliário. Essas são obras de grande valor que, somadas, constituem um dos maiores tesouros da cidade do.Rio de Janeiro.

A fachada da edificação foi a primeira construída em estilo neoclássico no Brasil, destacando-se as suas linhas harmoniosas e em perfeito equilíbrio. Para que não fosse quebrado esse equilíbrio, a torre sineira foi colocada à moda de Braga, ou seja, na parte posterior do prédio, sendo a única igreja com essa característica na capital fluminense. Outra razão da posição da torre é o fato de que sua fundação teria de aproveitar um rocha ali existente, pela dificuldade que o terreno arenoso oferecia. Com o passar do tempo, a torre passou a servir de ponto de referência para os navios pescadores, que, ao entrarem na Baía de Guanabara, sabiam que ali era o local exato do mercado de peixes, o qual perdurou até meados de 1987. Apesar de não ser considerada oficialmente a capela da família real, a Santa Cruz dos Militares sempre foi prestigiada com a presença de seus membros, tanto assim que D. João 6 foi condecorado com o título de protetor da Irmandade, assim como também, mais tarde, D. Pedro I e D. Pedro II.


MUSEU

Atualmente, a Igreja da Santa Cruz dos Militares possui um museu para guardar e preservar as relíquias acumuladas ao longo de sua história. É um variado acervo, destacando-se os tocheiros do Mestre Valentin, oratório e cálice de ouro do século XVIII, além da cadeira que Duque de Caxias usava em seu gabinete quando exerceu o cargo de provedor, em 1873. Outra relíquia é o órgão pneumático, construído pelos irmãos Bernes e inaugurado em 1934. O instrumento constitui-se de 1.200 tubos, cujos diafragmas foram confeccionados com pele de camelo. Existem somente dois outros órgãos similares a esse fabricados no Brasil.

A Irmandade da Santa Cruz dos Militares completou, recentemente, 382 anos. Ela é a única igreja do Brasil agregada diretamente à Basílica Vaticana, ato este sacramentado em Bula Papal de Pio XI, em 1923. O prédio da Igreja foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1936. O seu atual provedor é o Coronel de Artilharia Carlos Alberto Barcellos.

O Marechal Luiz Alves de Lima e Silva, provedor da Irmandade em 1871, assim definiu sua finalidade: “Os laços da espada nos unem, as lides de guerra nos ligam e os braços da cruz nos abrigam. Irmãos pela cruz e irmãos pela espada, a nossa missão é sagrada — santificar o culto do Divino Lenho e aliviar da miséria as viúvas e filhos dos que seguem a nobre profissão das armas. Eis a justa finalidade da sábia e religiosa instituição denominada Irmandade da Santa Cruz dos Militares.”



A expressão faz referência à cidade portuguesa de Braga, onde todas as igrejas foram construídas dessa forma.


O autor do artigo é natural do Rio de Janeiro. Jornalista, atualmente exerce a função de Relações Públicas da Irmandade da Santa Cruz dos Militares. Imagem disponível em: [. Assim que abrir a pág. de pesquisa de imagens inserir Irmandade da Santa Cruz dos Militares.] Acesso em 28 jan. 2008.




Originais de Chico Xavier



REGISTRO DE PRESENÇAS ESPIRITUAIS NO CULTO DO “GRUPO DOMÉSTICO ARTHUR JOVIANO”

Foi anotada, por Chico Xavier, a presença de vários Espíritos de pessoas que tinham sido militares e que compareceram às reuniões do Grupo Doméstico Arthur Joviano, nas datas indicadas, mesmo não se comunicando por escrito.


26/05/1948 Oficial Antonio Adolfo da Fontoura Menna Barreto; Marechal João de Deus Menna Barreto

15/02/1949 Marechal Francisco Antonio de Moura

16/02 General Lydio Porto

02/03 General José Joaquim Firmino

23/02 General Gabino Besouro

09/03 General Emídio Dantas Barreto

16/03 General Joaquim Inácio Batista Cardoso

23/03 General Alfredo Barbosa

30/03 General João César Sampaio

06/04 General João Batista Neiva Figueiredo

13/04 Marechal João Propício Menna Barreto

25/01/1950 Oficial Samuel Augusto de Oliveira

01/02 Oficial Tancredo de Vasconcelos

01/02 Oficial Américo de Andrada Almada

08/03 General João César Sampaio

15/03 General José da Silva Pessoa

22/03 General Antonio Geraldo de Souza Aguiar; Oficial Custódio Cabral de Mello; General-médico José Leôncio de Medeiros

27/12 Coronel Sylvio Porto; General-médico Ismael da Rocha

03/01/1951 General Carlos Eugênio Andrade Guimarães; General-médico Ismael da Rocha

21/11 General Tito Pedro Escobar

09/01/1952 General Gabino Besouro



[ O título refere-se aos fac-símiles das laudas originais de F. C. Xavier anexadas ao livro impresso.]


Em 25 de janeiro de 1950, data em que Chico registra em mensagem a presença espiritual do Oficial Samuel Augusto de Oliveira, há a seguinte anotação: “Em sua companhia veio a Sra. Margarida Carneiro, que conhecia muito o Marechal Pêgo.”