Missão Cumprida... 413,...

Capítulo V

Sociedade desconhecida



Amigos, antes de tudo peço-lhes permissão para dizer que o nosso respeito às sociedades dignas do mundo, vinculadas a qualquer ideia religiosa ou a outras matizes da opinião pública, é sempre para nós imensurável, mas desejo apresentar-lhes a sociedade desconhecida que um companheiro me levou a registrar, a pedido dele, em praça de uma de nossas grandes cidades.

Não me permitiu qualquer descrição inconveniente, apenas descreverei o quadro que me foi concedido presenciar.


Vi senhora de alta classe

Em beleza e reconforto,

Gemendo, a mostrar em pranto,

A foto de um filho morto.

Um homem com duas pastas

E papéis voando ao ar,

Falou que vinha de um banco

Com imensa dívida a pagar.

Um jovem na cor de cera,

Perdido a cair sem nome,

Fui ouvi-lo, era sem lar,

Sofrendo de sede e fome.

Um industrial — carro grande,

Guardado em vidraça espessa,

Notei ao vê-lo depressa

Que trazia tumor na cabeça.

Jovem formosa e infeliz,

Tanto linda quanto nua,

Para socorro à família

Dançava samba na rua.

Certa moça na farmácia,

Interpelava o gerente,

Para remédio gratuito,

Em favor do pai doente.

Dama nobre e bem vestida,

Passou vendendo jasmins,

Ela buscava dinheiro

Para operar-se dos rins.

Dois homens embriagados

Saíam do bar da praça,

Cambaleavam com risco,

Inalando cachaça.

Um caminhão passou rente

Com meninos nus ao sol,

Alguém me informou às pressas,

É um treino de futebol.

Uma jovem num balcão,

Parecendo agir por mal

Buscava agora o sustento

De dois tios no hospital.

Lembrei-me de Jesus Cristo,

Que fez do amor, Lei das leis,

E imaginei escutá-lo repetindo,

Meus amigos, não julgueis. (Lc 6:37)




(Página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, na noite de 14.02.1998, no Grupo Espírita da Prece em Uberaba - MG)