Certa vez disse o Divino Mestre: “Existem muitas moradas na Casa de Meu Pai!…” (Jo
Certamente Jesus se referia à imensidão do Universo e às residências do homem, no entanto, é natural respeitar-lhe a palavra em sentido mais alto.
Cada criatura humana, a rigor, reside em espírito nos seus próprios pensamentos.
Sem dúvida, encontramos amigos dos mais diversos matizes, em toda parte, desde os palácios e mansões aos barracos e choças em que as criaturas partilham da riqueza e da penúria conhecidas no mundo.
É razoável, porém, ponderar que os chamados ricos e pobres residem, mentalmente, no contexto das ideias que alimentam, diante da vida.
Vemos os portadores de patrimônios de ordem superior, mantendo-se nas edificações cujas linhas e particularidades lhes revelam a altura social e as prendas do reconforto; e notamos a multiplicidade das provações dos que se acham retidos nas mais atribuladas condições da existência.
Temos os irmãos que se vestem na estamenha da pobreza material e aqueles outros que se julgam triunfadores nos ápices da cultura e da fortuna de que são detentores.
Se alguns se regozijam com a posse transitória do ouro, muitos gemem sob o peso de tarefas sacrificiais.
Lamentamos o ressentimento de numerosos companheiros segregados com privações e necessidades, embora as muitas exceções existentes no assunto, e igualmente lastimamos a indiferença de muitos amigos, ante o sofrimento das vítimas da penúria da vida material, como se essa penúria não existisse, reclamando, de nossa parte, essa ou aquela migalha de nosso socorro e solidariedade.
Encontramos, pois, cada pessoa morando na casa mental dos pensamentos que irradia.
Na Criação do Supremo Pai existem muitas moradas e compete-nos agir e servir para que todos os moradores se unam na compreensão e no entendimento, para que a Terra não mais possua gaiolas de egoísmo e cárceres de ódio, a impedirem, nos caminhos da evolução, a nossa integração na vitória da Paz e do Amor.
Cumpre-nos, assim, reconhecer que todo Espírito mora no que pensa e se classifica pelo que faz.
Nesse critério, peçamos a Jesus, cujos ensinamentos constituem verdadeira espiritual, nos acolha, a fim de que saibamos ser discípulos fiéis dele, Nosso Mestre e Senhor, em todos os tópicos da vida, para que a nossa mente brilhe por moradia luminosa agora e sempre.
Uberaba, 09 de Agosto de 1990.