Imperioso separar o médium da Doutrina Espírita, como não se deve confundir a ciência com o cientista.
A ciência é um tesouro intangível de conhecimento superior. O cientista é o veículo que a expressa. A ciência, como patrimônio espiritual, jamais se deteriora, mas, o cientista na condição de instrumento humano pode falhar, conquanto, muitas vezes, se recupere.
Comparemos, ainda, a Nova Revelação e a peça medianímica à usina e à lâmpada.
A lâmpada, em muitas circunstâncias, experimenta o colapso dos próprios implementos, deixando-nos na sombra, entretanto, a usina permanece incólume, pronta ao fornecimento da energia necessária à sustentação da luz em lâmpadas outras que se lhe ajustem às correntes de força.
Ainda na condição de lâmpada, o médium está sujeito à interpretação individual de que se faça objeto, assim como a luz da lâmpada obedece à coloração que lhe seja própria.
A usina está construída sobre princípios matematicamente exatos, contudo, as lâmpadas diferenciadas entre si, consumindo, às vezes, quotas iguais de força, emitirão luz verde, azul, vermelha ou amarela, segundo os materiais que lhes filtrem os raios.
Razoável, assim, que se nos compete gratidão e respeito para com o cérebro mediúnico de que nos servimos, isso não é razão para que nos eximamos do dever de estudar os princípios doutrinários para discernir com eficiência.
Ainda aqui, é justo considerar que é imprescindível ajudar as lâmpadas para que as lâmpadas nos ajudem. Cada uma delas, ante a usina, se caracteriza por determinado potencial e solicita apoio na voltagem certa com o amparo de recursos essenciais.
Ninguém exija do médium prodígios que o médium não pode dar. E quando o médium sirva nobremente à verdade, que se lhe evite o clima de idolatria e bajulação.
Onde seja preciso elogiar a honestidade para que a honestidade funcione, a perturbação está prestes a sobrevir.