Ante a cruz infamante me prosterno E contemplo-te, oh! Cristo, os membros lassos, O duro lenho que te prende os braços Abre-te em sangue o coração fraterno.
Fitas o olhar de luz, dorido e terno, Na cerúlea beleza dos Espaços, Enquanto os homens, lúbricos e crassos, Trazem ao monte cavernoso inferno.
Rei prostrado ante horrenda lança em riste, Pende-te a fronte dolorosa e triste, Sob a traição cruel dos teus mordomos...
E choro e grito amargamente, a esmo, Carregando, enojado de mim mesmo, A vergonha dos Judas que ainda somos.