Coração que não se abre À sementeira do amor Não guarda com segurança A luz do Consolador.
Muita leitura sem obras De ensino e consolação Traz a flor parasitária Da inútil conversação.
Desalento choramingas Em pranto sempre a correr Expressa, frequentemente, Muito serviço a fazer.
Comentários contra ingratos 5erbo amargoso e violento, São tristes revelações Do anseio de isolamento.
Discursos sem caridade Fraternidade sem portas Tribunas que não amparam São sinais de fontes mortas.
Fadiga de todo instante, Chorosa, escura e sediça, Traduz, sem contestação, Fragilidade e preguiça.
Cabeça muito ilustrada Sobre a vida em calmaria É uma lavrada em ouro, Muito nobre, mas vazia.
Entusiasmo eloquente Sem atos de amor cristão É fogo de palha seca Em bolhas de água-sabão.
Sublime conhecimento Distanciado do bem, É tesouro enferrujado Que não ajuda a ninguém.
Banquetes da inteligência, Sem Jesus suprindo a mesa, São brilhos da força bruta Em pedras da natureza.
Casimiro Cunha