Não te prendas ao barro, alma erradia...
Célere, ascende à luz, de esfera a esfera, Foge ao lodo abismal que anseios gera Paga a ilusão que sofre, chora e expia.
Não vale a glória efêmera do dia: O gládio do sepulcro dilacera Toda flor venenosa da quimera Na haste frágil de imbele fantasia.
Que paixões e vilezas te não domem, Despreza a sombra que escraviza o homem A vis grilhões no vale tredo e fundo...
Voa além da miséria que te arrasta, Porque terás, bem cedo, por madrasta, A morte horrenda que governa o mundo.
Luiz Guimarães