Irmão, Enquanto gemes, Cresce a erva para curar-te as dores, E enquanto dormes A pedra te sustenta a habitação.
Enquanto te desfazes em revolta, O verme permanece trabalhando, Submisso ao Senhor, No preparo do chão para que a vida não cesse.
Enquanto te confias A impropérios da queixa, Dispõe-se a gota d’água A socorrer-te a sede.
Enquanto te enveredas No labirinto imenso Da palavra insicera ou do tempo perdido, O minúsculo grão Desenvolve-se, humilde, Para atender-te a fome e ajudar-te o celeiro.
Ao redor de teus passos.
Entretanto, Guardas ouvidos surdos E as tuas mão inertes Rogam, em vão, o amparo Que deviam por sí mesmas, Enriquecendo o bem para a luz imortal.
Abre o teu coração À glória da verdade e à fonte do amor Que dimanam sem termo Do Coração da Vida.
Para que o Sol Divino Encontre no teu peito O instrumento ideal de manifestação, Porque a bênçãos do corpo È qual a flor da erva, Hoje brilhando ao céu, amanhã, semimorta...
Rodrigues de Abreu