Filha de Sílvio de Paula Ramos e Sônia Marízia Opípari Ramos, Paulinha contava oito anos, quando faleceu devido a acidente ocorrido com um veículo escolar, no dia 27 de outubro de 1982. No mesmo acidente, desencarnou outra criança, o , também co-autor deste livro.
Princesa do lar, Paulinha dividia o carinho dos pais com os irmãos, Fábio e Sílvia.
Três meses e onze dias após sua partida, nossa Paulinha já nos dava seu recado! Pessoas presentes à reunião, e que sabiam de nosso problema, também se surpreenderam. Foi uma mistura de surpresa, susto e expectativa. Ali; de pé ao lado do Chico, ouvimos atentamente palavra por palavra [a mensagem psicografada minutos antes].
Diante da mensagem de nossa filha, sentimos uma ternura imensa por tudo aquilo que estávamos ouvindo, com muito carinho, muito enlevo, muito amor; comovidos, também sentimos não poder estar junto dela, cercando-a de todo o apoio, segurança, amor e carinho de que necessitasse, e que tínhamos de sobra.
Comoveu-nos, principalmente, o trecho da mensagem em que a Paula pedia para voltar a seus pais e a resposta de sua bisavó dizendo que a saudade, para ela, começara assim tão cedo. Todavia, ficamos mais confortados pelo conteúdo que sua mensagem nos trouxe, mostrando que é um Espírito evoluído e procurando adaptar-se à nova vida.
Querida mãezinha, peço a sua bênção. Estou aqui, sob a proteção da vovó Carmela.
Sei que você, mãezinha, está com a nossa estimada amiga Dona 1déa, procurando notícias.
Estou muito bem, mas nesse “muito bem” estão incluídas as muitas saudades de seu carinho, do papai Sílvio, do Fábio, da Sílvia e de todos os nossos corações queridos.
Mamãe, eu não sofri com o toque do carro que bateu contra nós. Tive um desmaio e, por muito que eu quisesse permanecer acordada, uma força maior do que os meus impulsos me fez cair.
Assim penso, porque ouvi muita gente falando ao mesmo tempo, sem que eu pudesse entender o que se dizia, até que o desmaio se fez desmaio mesmo e perdi a noção do que estivesse acontecendo.
Quando despertei, não sei como, tudo estava diferente. Uma senhora me conservava no colo, qual se eu fosse uma criança dela mesma.
Essa protetora, pois logo senti que ela me defendia e guardava de encontro ao peito, me comunicou ser a vovó Carmela, cujos traços trazia eu na lembrança pelo que se dizia em nossa casa.
Pedi para voltar a meus pais, entretanto, minha querida protetora me mostrou os olhos repletos de lágrimas e me disse: “Filha, a saudade começou para você assim tão cedo!”
Parecia-me que ela também sentia muita falta de nossa família e calei-me.
Pouco a pouco, fui assimilando o conhecimento de minha nova situação. Fora transferida de residência e de vida.
Eu não podia ser ingrata com quem me acolhera com tanto amor e deixei que ela própria resolvesse por mim qualquer desejo que me viesse à imaginação. Foi assim que vim a saber como choravam em nossa casa e venho hoje pedir ao seu carinho para entregar-me à vontade de Deus.
Você, mamãe, precisa viver com saúde e alegria. Recorde meu pai, o Fábio e a Sílvia que tanto dependem de sua paz e esteja convencida de que a sua filha, agora em outro modo de ser, continua sendo a sua menina agradecida procurando obedecer a Deus para ser feliz.
A vovó Carmela nos protege a todos e as nossas lembranças serão bênçãos, desde que aceitemos os desígnios de Deus, como se faz preciso.
Sabendo que a nossa amiga Dona 1déa deseja obter notícias dos parentes queridos, a vovó Carmela trouxe conosco o jovem José Edgard que comunica à nossa amiga que o Marcel Jivago está melhorando, mas ainda necessita dos pensamentos de paz e esperança que a família dele lhe possa enviar.
Mãezinha Sônia, agora, não posso escrever mais. Ainda estou muito limitada e o nosso reencontro aqui me emociona de modo que não sei descrever. Mas é uma felicidade feita de lágrimas. Não se aflijam por isso.
Muito carinho ao papai Sílvio e a meus irmãos.
E para a senhora, que hoje estou tratando por você para ficar mais perto do seu coração, todo o amor envolvido de muitas saudades e agradecimentos, deixo aqui tudo o que possa representar a gratidão e a ternura de sua filha.
11/2/1983
Carmela Consentino Opípari, bisavó materna, desencarnada em 1968.
Idéa de Faria França, genitora do Marcel Jivago que faleceu no mesmo acidente que vitimou a Paulinha. D. Idéa se encontrava em Uberaba, na reunião, juntamente com os pais da Paulinha e com seu marido, Romualdo França.
José Edgard filho do casal Idéa e Romualdo França, desencarnou aos 14 de idade, em 1973 e, segundo, nos diz a Paulinha, cuida do irmãozinho Marcel Jivago, no Plano Espiritual.