Não, eu nunca namorei porque não tive tempo. Aos cinco anos, perdi minha mãe. Antes, como meu pai não vivia em casa, ela nos entregou a amigos, até que a situação financeira da família se arrumasse. Eu fui para a casa da minha madrinha de batismo. Ela morava com um sobrinho de 15 anos; eu tinha 5 (cinco). Um dia, me levantei e, com a única torneira de água fria que havia em casa, fiz toda a higiene habitual. Quando voltei, debaixo da colcha, sob o lençol, haviam derramado um vaso noturno. Eu olhei para o meu companheiro de quarto, que já era rapazinho, e pensei: “Este rapaz não pode ser mau. Ele não faria isso comigo”. Minha mãe sempre foi muito devota e, no fim de cada noite, nos ensinava a dizer assim: “Ó meu Senhor Jesus Cristo, se eu não tiver de ter uma boa sorte, dai-me uma boa morte”. Então uma das minhas irmãs um dia perguntou: “Como é que a senhora manda a gente fazer esta oração que fala em morte?” Ela respondeu: “Minha filha, é porque o Demônio existe. E, quando o Demônio toma conta de uma pessoa, é melhor que ela morra.”