Evangelho de Chico Xavier, O

Capítulo LXV

A Doutrina Espírita e as Religiões Cristãs I



Estamos convencidos de que a Doutrina Espírita-Cristã, trazida ao mundo no século passado, é mais um apelo do Alto para o nosso retorno mais amplo ao Evangelho do Senhor em nossos dias. Naturalmente que não existe, dentro da Doutrina Espírita-Cristã, nenhum texto que possa justificar qualquer conflito fundamental entre vigentes na Terra, porque todas elas representam o pensamento e o amor de Nosso Senhor Jesus Cristo para conosco, a Humanidade terrestre. Reconhecemos que, a cada novo dia, as nossas dificuldades, as nossas divergências como cristãos vão sendo banidas de nossos corações e sentimos mesmo que todos aqueles que sentem o Senhor no íntimo da alma não podem encontrar divergência alguma… E esses trabalham hoje, como nunca, para que as diferenças entre si sejam aplainadas, até que desapareçam, de maneira a constituirmos uma família só, diante do Senhor.


Nós, espíritas-cristãos, acreditamos na necessidade do retorno ao Cristianismo puro às bases de nossa fé cristã, estejamos em qualquer confissão religiosa evangélica, seja ela qual for. Somos todos atualmente chamados a sentir Nosso Senhor Jesus Cristo no fundo de nossos corações e no fundo de nossa vida. Com o progresso material, de nosso tempo, é imperioso a fé profunda e simples, que herdamos de 300 anos de martírio nos circos. Esses 300 anos de perseguição aos cristãos da era apostólica não podem estar perdidos. Não podemos acreditar que o materialismo, venha ele de onde vier, consiga ofuscar a fé cristã. Sabemos que Nosso Senhor Jesus Cristo não é um símbolo morto, não é alguém que se distância de nós, um mestre que nos haja abandonado sobre a Terra, aos poderes do mal. Aceitamos Nosso Senhor Jesus Cristo por hóspede invisível de nossas almas, Divino Mestre presente, sempre e sempre, cada vez mais presente, orientando-nos o pensamento e a conduta. Não podemos esperar vitória alguma, qualquer vitória do Espírito sobre a Terra, sem Nosso Senhor Jesus Cristo em nossos corações.


Confesso que não encontrei, em parte alguma, a paz da família cristã que o Brasil desfruta. (Muitos destes países nos consideram uma nação subdesenvolvida. É o adjetivo que muita gente encontra hoje para falar daqueles povos que ainda não conseguiram resolver de todo os seus problemas cruciais). E cremos poder asseverar aos irmãos católicos, protestantes e espíritas, aqui reunidos, que vivemos no Brasil na condição de herdeiros da verdadeira fé cristã que Nosso Senhor Jesus Cristo nos ensinou e admitimos que nós todos devemos trabalhar afanosamente, para nos unirmos, defendendo-nos moralmente contra as trevas do materialismo destruidor.