Não podemos ignorar que existe a loucura orgânica propriamente considerada, à qual todos nós estamos sujeitos, entretanto existe outro tipo de alienação mental que a ciência examina como psicose, em razão de causas mal definidas e ignoradas (…) Para pesar nosso, a França, que admiramos e veneramos tanto, em nossa condição de latinos, surge em primeiro lugar nos obituários por loucura ou psicose de natureza indeterminada ou desconhecida. Guardando compreensivelmente consigo os prejuízos das guerras sucessivas que a flagelaram em nosso século — das guerras que são inegavelmente produtos do materialismo — a França, repitamos, registrou somente no ano de 1962, o elevado número de 77.890 óbitos por loucura de causa mal definida ou desconhecida, com a média de 165,7 mortes em cada parcela de cem mil habitantes. Destaquemos para reflexão nossa que, se a França, é um país profundamente cristão e, se detentora de reservas católicas de inapreciável grandeza, é também a nação culta e vigorosa que nos deu Allan Kardec, com os princípios da Doutrina Espírita, que nós, os espíritas-cristãos aceitamos como sendo o Consolador prometido por Jesus à Humanidade. Devemos informar que as notas apresentadas e muitos outros esclarecimentos sobre o assunto podem ser consultadas por qualquer pessoa nas páginas do “Demographic Yearbook, 1963”, publicado pelas Nações Unidas, em New York, no ano de 1964, porque as informações relacionadas em nossa palestra são de caráter público (…). Conforme vemos, a estatística fala por si. Das cinco nações em que os ocorreram com mais frequência — em razão de causas desconhecidas —, quatro são cristãs, de vez que não podemos categorizar o Japão neste aspecto. Ainda assim, não podemos esquecer que o Japão é nação superculta. Basta lembrarmos que em Tóquio, se editam dois dos maiores jornais diários do mundo. Observemos que as médias de óbitos em estudo não estão muito longe de outras maiores, como, por exemplo, as que assinalam a mortalidade pelo câncer e pela arteriosclerose, no obituário internacional.”
Reconheçamos, deste modo, que a instrução da inteligência, só por si, não nos basta ao equilíbrio e à felicidade. Em tempo algum, ser-nos-á lícito menosprezar o apoio da orientação espiritual que tão somente a fé religiosa pode proporcionar ao coração.