Evangelho por Emmanuel, O – Comentários ao Evangelho Segundo Mateus

Capítulo CXXXV

Pai



Reunião pública de 14-4-1961.

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É natural que consideres teu problema qual espinho terrível.

É justo reconheças tua prova por agonia do coração.

Ergues súplice olhar, no silêncio da prece, e relacionas mecanicamente aqueles que te feriram.

É como se conversasses intimamente com Deus, apresentando-lhe vasto balanço de amarguras e queixas…

E o Supremo Senhor cuidará realmente de ti, alentando-te o passo… Entretanto, é preciso não esquecer que ele cuidará igualmente dos outros.


Lança mais profundo olhar naqueles que te ofenderam, conforme acreditas, e compara as tuas vantagens com as deles.

Quase sempre, embora se entremostrem adornados de ouro e renome, nas galerias da evidência e da autoridade, são almas credoras de compaixão e de auxílio… Traíram-te a confiança, contudo, tombaram nas malhas de pavorosos enganos; humilharam-te impunemente, mas adquiriram remorsos para imenso trecho da vida; dilaceraram-te os ideais, entretanto, caíram no descrédito de si próprios; abandonaram-te com inexprimível ingratidão, todavia, desceram à animalidade e à loucura…

Não é possível que a Luz do Universo apenas te ampare, desprezando-os a eles que se encontram à margem de sofrimento maior.


Unge-te, assim, de paciência e compreensão para ajudar na Obra Divina, ajudando a ti mesmo.

Em qualquer apreciação, ao redor de alguém, recorda que o teu Criador é também o Criador dos que estão sendo julgados.

É por isso que Jesus, em nos ensinando a orar, revelou Deus como sendo o amor de todo amor, afirmando, simples: “Pai nosso, que estás nos céus…” (Mt 6:9)