Quem encontra a Paternidade Divina no mundo, respeita as injunções da consanguinidade, mas não se agarra ao cativeiro da parentela.
Honra pai e mãe, realmente; todavia, sabe considerar que o amor pode ajudar, fazer, aprender e sublimar-se sem prender-se.
O Espírito que penetrou semelhante domínio da compreensão reconhece que sua família é a Humanidade inteira, encontrando o Lar em toda parte, as surpresas da vida em todos os ângulos do caminho, o interesse iluminativo em todas as facetas da jornada, o serviço em todas as linhas de atividade, o dever em todas as partículas do tempo, a bênção do Céu em todos os caminhos da Terra, o amor em todos os seres, a glória de ajudar em todos os instantes da luta e segue, existência afora, de alma aberta ao trabalho santificante, respirando a independência construtiva, livre, ainda mesmo quando escravo de pesadas obrigações, feliz, ainda mesmo quando o corpo se lhe cubra de chagas sanguinolentas, e, sereno, ainda mesmo quando a tempestade o convoque ao terror e à perturbação…
É que, quando a alma descobre a Paternidade celeste, embora ligada aos impositivos da carne, sabe sofrer e agir, crescer e elevar-se, operando nas zonas inferiores do Planeta, mas de sentimento centralizado no Alto, a repetir invariavelmente com Jesus Cristo: — “Pai Nosso que estás nos Céus…” (Mt
(Reformador, junho de 1954, página 126)