Na garantia do próprio equilíbrio, alinhemos algumas indicações de paz, destinadas a imunizar-nos contra a influência de aflições e tensões, nas quais, tanta vez, imprevidentemente arruinamos tempo e vida:
corrigir em nós as deficiências suscetíveis de conserto, e aceitar-nos, nas falhas cuja supressão não depende ainda de nós, fazendo de nossa presença o melhor que pudermos, no erguimento da felicidade e do progresso de todos;
tolerar os obstáculos com que somos atingidos, ante os impositivos do aperfeiçoamento moral, e entender que os outros carregam igualmente os deles;
observar ofensas como retratos dos ofensores, sem traçar-nos a obrigação de recolher semelhantes clichês de sombra;
abolir inquietações ao redor de calamidades anunciadas para o futuro, que provavelmente nunca virão a sobrevir;
admitir os pensamentos de culpa que tenhamos adquirido, mas buscando extinguir-lhes os focos de vibrações em desequilíbrio, através de reajustamento e trabalho;
nem desprezar os entes queridos, nem prejudicá-los com a chamada superproteção tendente a escravizá-los ao nosso modo de ser;
não exigir do próximo aquilo que o próximo ainda não consegue fazer;
nada pedir sem dar de nós mesmos;
respeitar os pontos de vista alheios, ainda quando se patenteiam contra nós, convencidos quanto devemos estar de que pontos de vista são maneiras, crenças, opiniões e afirmações peculiares a cada um;
não ignorar as crises do mundo; entretanto, reconhecer que, se reequilibrarmos o nosso próprio mundo por dentro — esculpindo-lhe a tranquilidade e a segurança em alicerces de compreensão e atividade, discernimento e serviço —, perceberemos, de pronto, que as crises externas são fenômenos necessários ao burilamento da vida, para que a vida não se tresmalhe da rota que as Leis do Universo lhe assinalam no rumo da perfeição.