Evangelho por Emmanuel, O – Comentários ao Evangelho Segundo Mateus

Capítulo CXCVIII

Orar



Pedi e obtereis — ensinou o Mestre Divino. (Mc 11:24) Semelhante lição, todavia, abrange todos os setores da vida, tanto no que se refira ao bem, quanto ao mal.

Qualquer propósito é oração.

A prece nasce das fontes da alma, na feição de simples desejo, que emerge do sentimento para o cérebro, transformando-se em pensamento que é força de atração.

Nesse sentido, todo anseio recebe resposta.

Há orações que são atendidas, de imediato enquanto que outras, à maneira de sementes raras, reclamam largo tempo para a germinação, florescimento e frutificação.

Necessário, portanto, vigiar sobre o manancial de nossas aspirações.

As rogativas do bem elevam-se às Esferas Superiores, ao passo que os anelos do mal descem às zonas de purgação das trevas indefiníveis.

Anjos existem, habilitados a satisfazer aos bons, da mesma forma que entidades da sombra se acham a postos, a fim de colaborarem com os maus.

Forneçamos os temas elogiáveis ou infelizes de nossas cogitações mais íntimas e os executores invisíveis se manifestarão ativos, contribuindo na realização de nossos projetos, de conformidade com a natureza de nossas intenções.

Reconhecendo que ainda não sabemos pedir, de vez que, na maioria das vezes, ignoramos a essência de nossas próprias necessidades, imitemos o Divino Amigo, na oração dominical, quando nos ensina a endereçar as nossas súplicas ao Pai Todo-Misericordioso, na base da confiança perfeita: — “Faça-se a Tua Vontade justa e soberana, na Terra e em toda parte”. (Mt 6:10)

O ensinamento do Cristo guarda absoluta atualidade, nas menores características do nosso tempo, entendendo-se que desejar é função de todos, enquanto que orar com proveito é serviço que raros corações sabem fazer.




(Psicografado em 1952, no Centro Espírita Luiz Gonzaga, na cidade de Pedro Leopoldo, Minas Gerais.)