“Portanto, tudo o que quiserdes que os homens vos façam, fazei-o assim também vós a eles, porque esta é a Lei e os Profetas.” — JESUS (Mt
A regra áurea recebe citações em todos os países.
Em torno dela gravitam livros, poemas, apelos e sermões preciosos.
Entretanto, raros se lembram do primeiro passo para que se desvele toda a sua grandeza.
Não podemos reclamar a ajuda dos outros. Antes, é justo prestar auxílio.
Não será lícito exigir a desculpa de alguém. Antes, é imperioso saibamos desculpar.
Convidados a compreender, muitos dizem “não posso”, e instados a auxiliar, respondem muitos “ainda não…”
Esquecem-se, porém, de que amanhã serão talvez os necessitados e os réus, carecentes de perdão e socorro. E, muitas vezes, ainda quando não precisem de semelhantes bênçãos para si mesmos, por elas suspirarão em favor dos que mais amem, à face das sombras que lhes devastam a vida.
Se um exemplo pode ser invocado, como bússola, recordemos Jesus.
O Mestre dos mestres faz o bem, despreocupado de considerações, alivia sem paga, acende a esperança sem que os homens lha peçam e perdoa espontaneamente aos que injuriam e apedrejam, sem aguardar-lhes retratação.
Veneremos, assim, a regra áurea e estendamos o espírito de amor de que se toca, divina; contudo, estejamos certos de que ela somente valerá para nós se lhe dermos a aplicação necessária.
O texto do ensinamento é vivo e franco:
— “Tudo o que quiserdes que os homens vos façam, fazei-o assim também vós a eles.”
Querer o bem é impulso de todos, mas, na prática do estatuto sublime, é forçoso sejamos nós quem se adiante a fazê-lo.
(Reformador, dezembro de 1959, p. 276)