Evangelho por Emmanuel, O – Comentários ao Evangelho Segundo Mateus

Capítulo CCXI

Nossas obras



Nossas obras são os sinais que endereçamos ao mundo que nos cerca.

Por elas, criamos, no círculo em que vivemos, pensamentos, palavras e ações que, por força da Lei, reagem sobre nós, deprimindo-nos ou levantando-nos, iluminando-nos o coração ou obscurecendo-nos a mente, segundo o bem ou o mal em que se estruturam.

Não te esqueças de que a nossa trajetória, entre as criaturas, fala silenciosamente por nosso espírito.

Não é preciso que a nossa língua se desarticule na exposição desvairada do sofrimento, para recebermos a cooperação dos nossos vizinhos, porque, se a nossa plantação de simpatia e trabalho está bem tratada, a assistência espontânea do próximo vem, de imediato, ao nosso encontro.

Por outro lado, não é necessário o nosso mergulho nas alegações brilhantes do desculpismo, para inocentar-nos à frente dos outros, porque, se as nossas obras não são recomendáveis, a própria vida, na pessoa dos nossos semelhantes, nos relega a transitório abandono, a fim de que, na consequência purgatorial de nossos próprios erros, venhamos curtir a provação amarga que nos restaurará o equilíbrio à maneira de remédio preciosos e salutar.

Não olvides que os nossos atos são as legítimas expressões do nosso idioma pessoal, no campo do mundo.

Faze o bem e a luz sorrirá em tua alegria. Faze o mal e a dor chorará com as tuas lágrimas.

Disse Jesus: — “pelos frutos os conhecereis” (Mt 7:16) — e, consoante os princípios que nos regem a luta, as nossas próprias obras falarão por nós, à frente da Humanidade, decretando nossa ascensão ou nossa queda, nossa bem-aventurança ou nossa aflição.




(Reformador, abril de 1956. p. 82)