Evangelho por Emmanuel, O – Comentários ao Evangelho Segundo Mateus

Capítulo CCXVI

Fruto e exemplo



Revela-se a árvore na gleba em que se desenvolve por valioso conjunto de utilidades, quais sejam:

a seiva de que se nutre;

as frondes que albergam ninhos;

a flor que perfuma;

a sombra que ameniza;

o aspecto que balsamiza;

o lenho que reaquece.


Todavia, se não estende o fruto que lhe assinala a espécie, no socorro às criaturas que lhe observam o crescimento, terá desertado do objetivo fundamental a que se destina, reprovando a si mesma na solidão e na esterilidade.


Assim também o homem, no campo da luta em que se estagia, destaca-se por toda uma equipe de qualidades que lhe marcam a rota, como sejam:

a força com que se eleva;

a inteligência com que domina;

as ligações afetivas com que se associa a outros seres;

o ideal que se inflama;

o verbo que o manifesta;

a compreensão com que se orienta;

o entusiasmo de sonhar e realizar que lhe distingue os impulsos.


Entretanto, se foge à ação construtiva do exemplo nobre com que se exprimirá no edifício do progresso de todos, em favor dos irmãos que lhe buscam inspiração e modelo, em verdade terá perdido o ensejo divino para que foi trazido à existência, sentenciando-se à frustração.


No reino vegetal, todo o paciente esforço da árvore, sob o império das estações, tende à produção do fruto com que se desincumbirá do compromisso máximo, à frente da natureza; e no campo humano todas as atividades laboriosas do espírito, sob o domínio da experiência, visam à demonstração do exemplo renovador com que enriquecerá a economia da vida, através dos valores físicos ou espirituais.


Vigiemos as nossas próprias ações no santuário das horas de cada dia, porque para todos nós prevalece o aviso de Jesus quando asseverou, convincente: — “Pelos frutos conhecê-los-eis.” (Mt 7:16)