“E Jesus, estendendo a mão, tocou-o, dizendo: quero; sê limpo.” — (Mt
Meditemos na grandeza e na sublimidade das mãos que se estendem para o bem…
Mãos que aram a terra, preparando a colheita…
Mãos que constroem lares e escolas, cidades e nações…
Mãos que escrevem, amando em louvor do conhecimento…
Mãos que curam na medicina, que plasmam a riqueza da ciência e da indústria, que asseguram o reconforto e o progresso…
Todas elas se abrem, generosas, na direção do infinito, gerando aperfeiçoamento e tranquilidade, reconhecimento e alegria, conjugando-se, abnegadas, para a extensão das bênçãos de Sabedoria e de Amor na Obra de Deus.
Mas pensemos também nas mãos que se estendem para as sombras do mal…
Mãos que recolhem o ouro devido ao trabalho em favor de todos, transformando-se em garras de usura…
Mãos que acionam apetrechos de morte, convertendo-se em conchas de sangue e lágrimas…
Mãos que se agitam na mímica estudada de quantos abusam da multidão para conduzi-la à indisciplina em proveito próprio…
Mãos que ferem, que coagulam o fel da calúnia em forma de letras, que amaldiçoam, que envenenam e que cultuam a inércia…
Todas elas se cerram sobre si mesmas em círculos de aflição e remorso pelos quais se aprisionam ás trevas do sofrimento.
Reparemos, assim, a que forças da vida estendemos as nossas mãos.
Jesus, o Mestre Divino, passou no mundo estendendo-as no auxílio a todos, ensinando e ajudando, curando e afagando, aliviando corpos enfermos e levantando almas caídas, e, para mostrar-nos o supremo valor das mãos consagradas ao bem constante, preferiu morrer na cruz, de mãos estendidas, como que descerrando o coração pleno de amor à Humanidade inteira.
(Reformador, julho de 1958, p. 146)