Evangelho por Emmanuel, O – Comentários ao Evangelho Segundo Mateus

Capítulo CCXLII

Ante a mediunidade



“…dai gratuitamente o que gratuitamente recebestes.” — JESUS (Mt 10:8)


“Procure, pois, aquele que carece do que viver, recursos em qualquer parte, menos na mediunidade; não lhe consagre, se assim for preciso, senão o tempo de que materialmente possa dispor. Os Espíritos lhe levarão um conta o devotamento e os sacrifícios, ao passo que se afastam dos que esperam fazer deles uma escada por onde subam.” —


Mediunidade na bênção do auxílio é semelhante à luz em louvor do bem.

Toda luz é providencial. Toda mediunidade é importante.

Reflitamos na divina missão da luz, a expressar-se de maneiras diversas.

Temo-la no alto de torres, mostrando rota segura aos navegantes; nos postes da via pública, a benefício de todos; no recinto doméstico, em uso particular; nos sinais de trânsito, prevenindo desastres; nos educandários, garantindo a instrução; nas enfermarias em socorro aos doentes; nas lanternas humildes, que ajudam o viajor, à distância do lar; nas câmaras do subsolo, alentando o operário suarento, na conquista do pão…

Todo núcleo de energia luminosa se caracteriza por utilidade específica. Nenhum deles ineficiente, nenhum desprezível.

A vela bruxuleante que salva um barco, posto à matroca, é tão indispensável quanto o lustre aristocrático que se erige na escola, no amparo às inteligências transviadas na ignorância.

A candeia frágil que indica as letras de um livro, numa choça esquecida no campo, é irmã do foco vigoroso que assegura o êxito do salão cultural.

No que tange à luz, o espetáculo é acessório. Vale o proveito.

Em matéria de mediunidade, o fenômeno é suplemento. Importa o serviço.

Em qualquer tarefa das boas obras, deixa, pois, que a mediunidade te brilhe nas mãos.

Entre a lâmpada apagada e a força das trevas não há diferença.