O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO —
“E qualquer que entre vós quiser ser o primeiro seja vosso servo.” — JESUS (Mt
Nos variados setores da experiência humana, encontramos as mais diversas criaturas a buscarem posições de destaque e postos de diretiva.
Há pessoas que enveredam pelas sendas do comércio e da indústria, em corrida infrene por se elevarem nas asas frágeis da posse efêmera.
Muitas elegem a tirania risonha no campo social, para se afirmarem poderosas e dominantes.
Outras pontificam através do intelecto, usando a Ciência como apoio da autoridade que avocam para si mesmas. Temos ainda as inteligências que, em nome da inovação ou da arte, se declaram francamente partidárias da delinquência e do vício, para sossegarem as próprias ânsias de fulguração nas faixas da influência.
Todas caminham subordinadas às mesmas leis, elevando-se hoje, para descer amanhã.
O império econômico, a autoridade terrestre ou o intelectualismo sistemático possibilitam a projeção da criatura no cenário humano, à feição de luz meteórica, riscando, instantaneamente, a imensidade dos céus.
Em piores circunstâncias, aquele que preferiu o brilho infernal do crime, esbarra, em breve tempo, com a dureza de si mesmo, sendo constrangido a reunir os estilhaços da vida, provocados por suas ações lamentáveis, na recomposição do destino próprio.
Grande maioria toma a aparência do comando como sendo a melhor posição, e raros chegam a identificar, no anonimato da posição humilde, o posto de carreira que conduz a alma aos altiplanos da Criação.
Apesar de tudo, porém, a verdade permanece imutável.
A liderança real, no caminho da vida, não tem alicerces em recursos amoedados. Não se encastela simplesmente em notoriedade de qualquer natureza. Não depende unicamente de argúcia ou sagacidade. Nem é fruto da erudição pretensiosa.
A chefia durável pertence aos que se ausentam de si mesmos, buscando os semelhantes para servi-los… Esquecendo as luzes transitórias da ribalta do mundo… Renunciando à concretização de sonhos pessoais em favor das realizações coletivas… Obedecendo aos estímulos e avisos da consciência…
E por amar a todos sem reclamar amor para si, embora na condição de servo de todos, faz-se amado da vida, que nele concentra seus interesses fundamentais.
(Psicografia de Waldo Vieira)