Estejamos convictos de que ainda nos achamos a longa distância do convívio com os eleitos da Vida Celeste; entretanto, pelo chamamento da fé viva que hoje nos traz ao conhecimento superior, guardemos a certeza de que já somos os escolhidos:
para a regeneração de nós mesmos;
para o cultivo sistemático diário e intensivo do bem;
para o esquecimento de todas as faltas do próximo, de modo a recapitular com rigor as nossas próprias imperfeições, redimindo-as;
para o perdão incondicional, em todas as circunstâncias da vida;
para a atividade infatigável na confraternização verdadeira;
para auxiliar aos que erram;
para ensinar aos mais ignorantes que nós mesmos;
para suportar o sacrifício, no amparo aos que sofrem sem a graça da fé renovadora que já nos robustece o espírito;
para servir, além de nossas próprias obrigações, sem direito à recompensa;
para compreender os nossos irmãos de jornada evolutiva, sem exigir que nos entendam;
para apagar as fogueiras da maledicência e do ódio, da discórdia e da incompreensão, ao preço de nossa própria renúncia;
para estender a caridade sem ruído, como quem sabe que ajudar aos outros é enriquecer a própria existência;
para persistir nas boas obras sem reclamações e sem desfalecimentos, em todos os ângulos do caminho;
para negar a nossa antiga vaidade e tomar, sobre os próprios ombros, cada dia, a cruz abençoada e redentora de nossos deveres, marchando, com humildade e alegria, ao encontro da vida sublime…
A indicação honrosa nos felicita.
Nossa presença nos estudos do Evangelho expressa o apelo que flui do Céu no rumo de nossas consciências.
Chamados para a luz e escolhidos para o trabalho. Eis a nossa posição real nas bênçãos do “hoje”. E se quisermos aceitar a escolha com que fomos distinguidos, estejamos certos igualmente de que em breve “amanhã” comungaremos felizes com o nosso Mestre e Senhor.
(Reformador, outubro de 1956, página 232)