Evangelho por Emmanuel, O – Comentários ao Evangelho Segundo Mateus

Capítulo CCCLVI

O próximo



O próximo, em cada minuto, é aquele coração que se acha mais próximo do nosso, por divina sugestão de amor no caminho da vida.

No lar, é a esposa e o esposo, os pais e os filhos, os parentes e os hóspedes.

No templo do trabalho comum, é o chefe e o subordinado, o cooperador e o companheiro.

Na via pública, é o irmão ou o amigo anônimo que partilham conosco a mesma estrada e o mesmo clima.

Na esfera social, é a criança e o doente, o desesperado e o triste, as afeições e os laços da solidariedade comum.

Na luta contundente do esforço humano, é o adversário e o colaborador, o inimigo declarado ou oculto ou, ainda, o associado de ideais que se expressam por nossos instrutores.

Em toda parte, encontrarás o próximo, buscando-te a capacidade de entender e de ajudar. Auxilia-o com aquilo que possuas de melhor.

Os santos e os heróis ainda não residem na Terra. Somos Espíritos humanos, mistos de luz e sombra, amor e egoísmo, inteligência e ignorância.

Cada homem, na fase evolutiva em que nos encontramos, traz uma auréola de rei e uma espada de tirano.

Se chamas o fidalgo, encontrarás um servidor…

Se procuras o guerreiro, terás um inimigo feroz pela frente…

Por isso mesmo, reafirmou Jesus o velho ensinamento da Lei — “ama o próximo, como a ti mesmo…” (Mt 22:39)

É que o espírito, quando ama verdadeiramente, encontra mil meios de auxiliar, a cada instante, e o próximo, na essência, é o degrau que nos aparece diante do coração, por abençoado caminho de acesso à Glória celestial.




(Reformador, abril de 1954, página 86)

(Brasil Espírita, julho de 1961, página 3)