“Porque isto é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens.” — JESUS (Mt
“Os bens da Terra pertencem a Deus, que os distribui a seu grado, não sendo o homem senão o usufrutuário, o administrador mais ou menos íntegro e inteligente desses bens.” —
Se muitos corações jazem petrificados na Terra, em azinhavre de sovinice, fujamos de atribuir ao dinheiro semelhantes calamidades.
Condenar a fortuna pelos desastres da avareza, seria o mesmo que espancar o automóvel pelos abusos do motorista.
O fogo é companheiro do homem, desde a aurora da razão, e por que surjam, de vez em vez, incêndios arrasadores, ninguém reclamará do mundo o disparate de suprimi-lo.
Os anestésicos são preciosos auxiliares de socorro à saúde humana, mas se existem criaturas que fazem deles instrumentos do vício, ninguém rogará da ciência essa ou aquela medida que lhes objetive a destruição.
A moeda em qualquer forma é agente neutro de trabalho, pedindo instrução que a dirija.
Dirás provavelmente que o dinheiro levantou os precipícios dourados da vida moderna, onde algumas inteligências: se tresmalharam na loucura ou no crime, comprando inércia e arrependimento a peso de ouro, contudo é preciso lembrar as fábricas e instituições beneméritas que ele garante, ofertando salário digno a milhões de pessoas.
É possível acredites seja ele o responsável por alguns homens e mulheres de bolsa opulenta, que espantam o próprio tédio, de país em país, à feição de doentes ilustres, exibindo extravagâncias na imprensa internacional, entretanto é forçoso reconhecer os milhões de cientistas e professores, industriais e obreiros do progresso que a riqueza nobremente administrada sustenta em todas as direções.
A Divina Providência suscita amor ao coração do homem e o homem substancializa a caridade, metamorfoseando o dinheiro em pão que extingue a fome.
A Eterna Sabedoria inspira educação ao cérebro do homem e o homem ergue a escola, transfigurando o dinheiro em clarão espiritual que varre as trevas.
Não censures a moeda que será sempre alimento da evolução. Reflete nos benefícios que ela pode trazer.
Ainda assim, para que lhe apreendas todo o valor, se queres fazer o bem, não exijas, para isso, o dinheiro que permanece na contabilidade moral dos outros. Mobiliza os recursos que a Infinita Bondade te situa retamente nas mãos e, ainda hoje, nalgum recanto de viela perdida, ao ofertares um caldo reconfortante às mães infortunadas que o mundo esqueceu, perceberás que o dinheiro, convertido em cântico fraterno, te fará ouvir a palavra de luz da própria gratidão, em prece jubilosa.
“Deus te ampare e abençoe.”