Evangelho por Emmanuel, O – Comentários ao Evangelho Segundo Mateus

Capítulo CCCXCVIII

Caridade em Jesus



Recorda a caridade, a irradiar-se em bênçãos do excelso amor de Cristo, para que te não faltem compreensão e força, no culto edificante à caridade humana.

Enjeitado no frio, pelas próprias criaturas a quem vinha trazer a luz da redenção, não vacila acolher-se à manjedoura pobre em extrema renúncia.

Atendendo aos enfermos de todos os matizes não lhes nega assistência, dando-lhes alegria e equilíbrio, movimento e visão.

Procurado por mestres e pescadores simples, insufla-lhes no ser a luz da verdade, habilitando-os todos para a Vida Maior.

Ante a aflição da turba que o seguia, irrequieta, multiplica o alimento que lhe sossegue a fome.

Entre o insulto dos maus e a deserção dos bons, sabe entregar-se, em paz, sem mesmo justiçar-se.

Preterido em juízo por rude malfeitor, não se desmanda em queixa.

E, conduzido à morte, sob golpes na cruz, longe de reprovar, condenar ou ferir, ergue oração sincera à Eterna Providência, suplicando perdão para os próprios algozes.

A caridade fora-lhe a companheira em todos os instantes…

Contudo, além do túmulo, ei-lo que volta, humilde, estendendo as mãos nobres e o coração celeste àqueles mesmos homens que O haviam deixado em supremo abandono, exclamando, sem mágoa: — “Em verdade convosco estarei para sempre, até o fim dos séculos!…” (Mt 28:20)

À vista disso, no caminho, lembra-te sempre de que a caridade pura a que vence feliz é sempre o amor perfeito a esquecer todo mal e a olvidar toda sombra, para somente amar, redimir e auxiliar, na contínua extensão do bem, a se converter em luz.