Evangelho por Emmanuel, O – Comentários ao Evangelho Segundo Mateus

Capítulo XLIX

Na seara mediúnica



“Vós sois o sal da Terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor?” — JESUS (Mt 5:13)


Todo médium trazido à seara espírita-cristã, para fins determinados, está obedecendo, de maneira indireta, aos desígnios dos Mensageiros de Jesus, que conferem recursos e oportunidades de trabalho a cada um conforme as suas aptidões e necessidades.

Situado entre os irmãos encarnados que lhe pedem amparo e os benfeitores desencarnados que lhe esperam a colaboração, é razoável pergunte cada medianeiro a si próprio na esfera dos serviços consagrados ao bem:

Um operário fiel ao dever ou um amigo desprevenido de responsabilidade que aparece na oficina apenas de quando em quando com evidente menosprezo dos compromissos assumidos?

Uma fonte de paciência ou um espinheiro de irritação?

Um engenho pronto para entrar em atividade ou um aparelho destrambelhado, habitualmente reclamando conserto?

Um colaborador das boas obras ou um agente de pessimismo, congelando as energias do grupo?

Um instrumento do bem ou um canal para as influências menos felizes?

Um companheiro no auxílio aos outros ou um tarefeiro que somente busca as próprias obrigações quando a enfermidade ou a provação lhe batem à porta?

Um tronco para esteio firme dos irmãos que passam, cansados e sofredores, nos caminhos da vida ou uma sensitiva que se fecha em melindres ao toque da primeira contrariedade?

Uma alavanca de apoio ou uma escora sem qualquer resistência?

Pergunte o médium a si mesmo o que representa ele na equipe de ação, que foi chamado a integrar, e reconhecerá facilmente o que tem sido e o que pode ser, à frente do próximo, a fim de que os talentos mediúnicos, por empréstimos do Senhor, não lhe brilhem na vida em vão.




(Reformador, em março de 1969, p. 50)