Evangelho por Emmanuel, O – Comentários ao Evangelho Segundo Mateus

Capítulo LVI

A candeia simbólica



“Não situeis a candeia sob o velador”. (Mt 5:15) Semelhante apontamento do Divino Mestre não envolve o impositivo de nossa palavrosa adesão à verdade.

Sem dúvida, o verbo criador de luz é sempre o alicerce inamovível do bem; no entanto, a candeia do ensinamento evangélico reporta-se, essencialmente, à nossa atitude.

O exemplo será em todos os climas a linguagem mais convincente.

Por nossos passos revelamos o próprio rumo.

Pelos gestos, que nos sejam próprios, estabelecemos a propaganda real de nossos objetivos.

Não olvidemos que é imprescindível erguer o facho da compreensão com Jesus, através da vida prática, arrebatando-a ao velador de nossas conveniências.

Para o orgulhoso, a candeia simbólica do Cristo é a humildade.

Para o inimigo, é a desculpa sincera.

Para o triste, é o consolo.

Para o faminto, é a fatia de pão.

Para o infeliz, é o amparo justo.

Para o colérico, é a serenidade.

Para o desertor, é a bênção da prece.

Para o mau, é a lição do bem.

Para o descrente, é a fé viva.

Para o desanimado, é a esperança.

Para o superior, é o respeito.

Para o subalterno, é a benemerência.

Para o lar, é o amor praticado.

Para a instituição a que nos ajustamos, é a correção no dever.

Para todos os que nos cercam, é a cordialidade e a gentileza, o entendimento e a boa vontade.


Não nos esqueçamos de que o Cristianismo não é simplesmente a estática da fraseologia e da adoração. É, acima de tudo, a dinâmica do trabalho para que o mundo receba por nosso intermédio a luminosa mensagem da imortalidade triunfante.

Jesus, o Mestre Inesquecível, não ocultou a candeia do próprio coração, sob o velador da grandeza celestial, mas desceu até nós e imolou-se na cruz para que lhe descobríssemos no exemplo o caminho para luminosa renovação.