Evangelho por Emmanuel, O – Comentários ao Evangelho Segundo Lucas

Capítulo CLVIII

Civilização e Reino de Deus



“Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o Reino de Deus com aparências exteriores.” — (Lc 17:20.)


A Terra de hoje reúne povos de vanguarda na esfera da inteligência.

Cidades enormes são usadas, à feição de ninhos gigantescos de cimento e aço, por agrupamentos de milhões de pessoas.

A energia elétrica assegura a circulação da força necessária à manutenção do trabalho e do conforto doméstico.

A Ciência garante a higiene.

O automóvel ganha tempo e encurta distâncias.

A imprensa e a radiotelevisão interligam milhares de criaturas num só instante, na mesma faixa de pensamento.

A escola abrilhanta o cérebro.

A técnica orienta a indústria.

Os institutos sociais patrocinam os assuntos de previdência e segurança.

O comércio, sabiamente dirigido, atende ao consumo com precisão.

Entretanto, estaremos diante de civilização impecável?

À frente desses empórios resplendentes de cultura e progresso material, recordemos a palavra dos instrutores de Allan Kardec, nas bases da Codificação do Espiritismo.

Perguntando a eles “por que indícios se pode reconhecer uma civilização completa”, através da , constante de “O Livro dos Espíritos”, deles recolheu a seguinte resposta:

“Reconhecê-la-eis pelo desenvolvimento moral. Credes que estais muito adiantados, porque tendes feito grandes descobertas e obtido maravilhosas invenções; porque vos alojais e vestis melhor do que os selvagens. Todavia, não tereis verdadeiramente o direito de dizer-vos civilizados, senão quando de vossa sociedade houverdes banido os vícios que a desonram e quando viverdes, como irmãos, praticando a caridade cristã. Até então, sereis apenas povos esclarecidos, que hão percorrido a primeira fase da civilização.”

Espíritas, irmãos! Rememoremos a advertência do Cristo, quando nos afirma que o Reino de Deus não vem até nós com aparências exteriores; (Lc 17:20) para edificá-lo, não nos esqueçamos de que a Doutrina Espírita é luz em nossas mãos. Reflitamos nisso.




(Paris, França, 19, Agosto, 1965.)

(Psicografado por Francisco C. Xavier.)