“Então, abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras.” — (Lc
Em geral, encontram-se queixosos em todos os núcleos de atividade cristã, alegando dificuldades para o justo entendimento do Evangelho.
Alguns leem os versículos mais simples, devoram os capítulos mais belos e permanecem atônitos, surpreendidos.
Por que lhes indicaria a fonte evangélica, se as palavras dos textos diferem tanto de sua situação? perguntam eles.
Sentem-se desiludidos, atordoados de incompreensão. Entretanto, o fenômeno deriva-se do jogo de experiências e nada mais. É indispensável insistir sempre às portas do entendimento.
Há frases e textos difíceis? Convém procurar-lhes a extensão, para encontrar-lhes a sabedoria e a beleza.
Estudo e observação do Evangelho também constituem trabalho, e da mais alta envergadura.
A vaidade e a presunção costumam abandonar o serviço na antecâmara da imensa oficina de luz e, antes que houvessem contemplado as fontes eternas, voltam-se para o mundo, difundindo as sombras da influenciação que lhes é própria, entre a ironia e o escárnio.
Não se precatam de que toda aquisição demanda esforço e perseverança. O menor título de competência profissional no mundo requer fervor e boa vontade no trabalho.
Seria possível, portanto, que as posses Eternas fossem simples objetos de aquisição mecânica, à margem do caminho?
A realização espiritual é serviço supremo do espírito. É imprescindível buscar-lhe as expressões, a golpes de vontade e determinação.
Somente as almas ainda superficiais pedem soluções absolutas às letras evangélicas.
O discípulo sincero não ignora que é preciso trabalhar por absorver-se na luz divina do Espírito e, ao passo que se esforça, está convencido de que o Senhor lhe virá ao encontro, abrindo-lhe o entendimento.