Evangelho por Emmanuel, O – Comentários ao Evangelho Segundo Lucas

Capítulo XXXVII

Dai e dar-se-vos-á



“Dai e dar-se-vos-á”. — JESUS (Lc 6:38)


A ideia geralmente recolhida no ensinamento do “dai e dar-se-vos-á” é quase tão somente aquela que se reporta à caridade vulgar, às portas do Céu. Materializando algum benefício, sente-se o aprendiz na posição de credor das bênçãos divinas, candidatando-se à auréola de santidade, simplesmente porque haja cumprido algumas obrigações de solidariedade humana.


A afirmativa do Mestre, porém, expressa uma lei clara e precisa, a exteriorizar-se em efeitos tangíveis, cada dia.

Dai simpatia e dar-se-vos-á amizade.

Dai gentileza e dar-se-vos-á carinho.

Dai apreço e dar-se-vos-á respeito.

Dai secura e dar-se-vos-á dureza.

Dai espinhos e dar-se-vos-á espinheiro.

Dai estímulo ao bem e dar-se-vos-á alegria.

Dai entendimento e dar-se-vos-á confiança.

Dai esforço e dar-se-vos-á realização.

Dai cooperação e dar-se-vos-á auxílio.

Dai fraternidade e dar-se-vos-á amor.


Ninguém precisa desencarnar para encontrar a lei da retribuição.

Semelhante princípio funciona invariável em nossos passos habituais.

As horas no tempo são como as vagas no mar. Fluxo e refluxo. Ação e reação.

Retornará sempre a nós o que dermos de nós.

Se encontrais algo de anormal em vossa experiência comum, efetuai uma revisão das próprias atitudes.

Se alguma coisa vos contraria e desgosta, observai a vossa contribuição para o mundo e para as criaturas.

Indagamos de nós mesmos: — “que faço”, “como faço”, “por que faço”?

Recordemos que a vida está subordinada a leis que não enganaremos.

Plantai e colhereis. Dai e dar-se-vos-á.