Evangelho por Emmanuel, O – Comentários ao Evangelho Segundo Lucas

Capítulo XLVII

Palavra falada



“Porque não há coisa oculta que não haja de manifestar-se, nem escondida que não haja de saber-se e vir à luz. Vede, pois, como ouvis.” — JESUS (Lc 8:17)


A palavra é vigoroso fio da sugestão.

É por ela que recolhemos o ensinamento dos grandes orientadores da Humanidade, na tradição oral, mas igualmente com ela recebemos toda espécie de informações no plano evolutivo em que se nos apresenta a luta diária.

Por isso mesmo, se é importante saber como falas, é mais importante saber como ouves, porquanto, segundo ouvimos, nossa frase semeará bálsamo ou veneno, paz ou discórdia, treva ou luz.

No templo doméstico ou fora dele, escutarás os mais variados apontamentos.

Apreciações acerca da Natureza…

Críticas em torno da autoridade constituída…

Notas alusivas à conduta dos outros…

Opiniões diferentes nesse ou naquele assunto…

Cada registro falado traz consigo o impacto da ação. Contudo, a reação mora em ti mesmo, solucionando os problemas ou agravando-lhes a estrutura.

Por tua resposta, converter-se-á o bem na lição ou na alegria dos que te comungam a experiência ou transformar-se-á o mal no açoite ou no sofrimento daqueles que te acompanham.

Saibamos, assim, lubrificar as engrenagens da audição com o óleo do amor puro, a fim de que a nossa língua traduza o idioma da compreensão e da paciência, do otimismo e da caridade, porque nem sempre o nosso julgamento é o julgamento da Lei Divina e, conforme asseverou o Cristo de Deus, não há propósito oculto ou atividade transitoriamente escondida que não hajam de vir à luz.




(Reformador, abril 1959, p. 74)