Realmente a história do bom samaritano, contada por Jesus, (Lc
A atitude daquele peregrino desconhecido resume um tratado de pedagogia, acerca de compreensão e bondade.
Enquanto o sacerdote e o levita, pessoas de reconhecido merecimento intelectual, se desviam deliberadamente do ferido, o samaritano não apenas se detém, mas, também se compadece.
Situemo-nos, porém, no lugar do viajante generoso.
Talvez estivesse ele com os minutos contados…
Muito razoavelmente, estaria sendo aguardado às pressas para a realização de um negócio…
Provavelmente, iria atender a encontro marcado com pessoa querida…
É possível fosse aquela hora a do fim do dia e devesse acautelar-se contra algum trecho perigoso da estrada, nas sombras da noite próxima.
Entretanto, à frente do companheiro anônimo e desfalecido, não somente se emociona.
Esquece-se e diligencia socorrê-lo sem perguntar quem é.
Interrompe-se. Aproxima-se dele. Faz pensos e efetua curativos.
Para ele, no entanto, tudo isso não basta. Coloca-o na montaria. Condu-lo à estalagem e apresenta-o, responsabilizando-se por ele.
Pagará pelos serviços que ele venha a receber, sem nem mesmo indagar de si próprio se estaria recuperando um adversário.
Vela por ele. Vê-lo-á de novo ao regressar.
Narrando a história, assinalou Jesus o comportamento do sacerdote, do levita e do samaritano e inquiriu ao Doutor da Lei que se interessava pela posse da Vida Eterna: — “Qual dos três te parece haver amado o próximo caído em desvalimento?” (Lc
O Doutor respondeu: — “Aquele que usou de misericórdia para com ele. Então, vai — disse Jesus — e faze tu o mesmo.” (Lc
Segundo percebemos, a indicação do Divino Mestre para entesourarmos conosco os dons da Imortalidade, é simples e clara.
Compaixão é receita de luz para a ascensão da alma aos Reinos Divinos. Entretanto, de algum modo se assemelha à prescrição médica em relação à saúde.
Para que ela atinja os efeitos precisos, em nós mesmos, não basta se grave com segurança e precisão no pergaminho de nossos sentimentos. É preciso nos disponhamos a usá-la.