Evangelho por Emmanuel, O – Comentários ao Evangelho Segundo João

Capítulo CXXXII

Tarefa mediúnica



Mediunidade não é instrumento barato de mágica, com que os Espíritos superiores adormeçam a mente dos amigos encarnados, utilizando-os em espetáculos indébitos para a curiosidade humana.

Realmente observamos companheiros que se confiam a entidades não aperfeiçoadas, embora inteligentes, efetuando o fascínio provisório de muitos, no setor das gratificações sentimentais menos construtivas, entretanto, aí temos o encantamento temporário e nada mais.

Tarefa mediúnica, no fundo, é consagração do trabalhador ao ministério do bem. O fenômeno, dentro dela, surge em último lugar, porque, antes de tudo, representa caridade operante, fé ativa e devotamento ao próximo.

Quem busque orientação para empresas dessa ordem, procure a companhia do Cristo que não vacilou em aceitar a cruz para servir, dentro do divino amor que lhe inflamava o coração.

Ser medianeiro das forças elevadas que governam a vida é sintonizar-se com a onda sublime do Evangelho da Redenção que instituiu o “amemo-nos uns aos outros”, (Jo 15:12) como Jesus se dedicou a nós, em todos os dias da vida.

A prosperidade dos sentidos superiores da alma não reside no artificialismo dos fenômenos transitórios e sim na devoção com que o discípulo da verdade se honra em peregrinar com o Mestre do perdão e da humildade, da renúncia e da vida eterna, ajudando, sem exceção, os viajores do escabroso caminho terrestre.

Se pretendes, meu irmão, um título na mediunidade que manifesta no mundo as revelações do Senhor, não te fixes tão só na técnica fenomênica; rejubila-te com as oportunidades de servir, exprimindo boa vontade no socorro a todos os necessitados da senda humana e, renovando os sofredores e os ignorantes, os perturbados e os tristes, sob o estandarte vivo de teu coração aberto para a Humanidade, abraça-os por tua própria família!

Depois disso, guarda a convicção de que te movimentas para a frente e para o alto, porque Deus, o o Compassivo Pai de todos nós, virá ao teu encontro, enchendo-te a jornada de esperança, alegria e luz.




(Reformador, junho 1951, página 144)