Evangelho por Emmanuel, O – Comentários ao Evangelho Segundo João

Capítulo CLXXIX

Amigos



De quando a quando, aqui e além, por vezes, aparece determinado obreiro do bem que se acredita capaz de agir sozinho, no entanto, a breve tempo, reconhece a própria ilusão.


O Criador articulou a vida de tal modo, que ninguém algo constrói sem a cooperação de alguém.


Na Terra, há quem diga que amigo é alguém que nos procura unicamente nas horas de alegria e prosperidade, de vez que comumente se afasta quando o frio da adversidade aparece.

Temos nisso, porém, outra inverdade, porquanto o amigo, ainda mesmo cercado de obstáculos, compreende os companheiros que se distanciam dele, transitoriamente, entendendo que circunstâncias imperiosas os compelem a isso.


Na condição de Espíritos ainda imperfeitos, é certo que, em muitas ocasiões, não nos achamos afinados uns com os outros, especialmente, no Plano Físico, nos momentos em que as nossas queixas recíprocas revelam-nos os pontos deficientes.

E se soubermos reconhecer que todos temos provas a superar e imperfeições a extinguir, não experimentaremos dificuldades maiores para exercer a solidariedade e praticar a tolerância, melhorando o nosso padrão de serviço e comportamento.


Se instalados na compreensão mais ampla, observamos que a amizade apenas sobrevive no clima da caridade que se define por prática do amor, de uns para com os outros.

Na posição de amigos, entendemos espontaneamente os nossos companheiros, oferecendo-lhes o apoio fraterno que se nos faça possível, mesmo quando estejamos separados, porquanto estaremos convencidos de que possivelmente, surgirá o dia em que necessitaremos que eles nos amparem com o mesmo auxílio.


Aprendamos a valorizar os nossos colaboradores para que não nos falte o concurso deles no momento certo.

Amigos são alavancas de sustentação.


Saibamos adquirir cooperadores e conservá-los, lembrando-nos de que o próprio Jesus escolheu doze irmãos de ideal para basear a campanha do Cristianismo no mundo.

Foi Ele mesmo, o Mestre e Senhor, que, certa feita, lhes falou de modo convincente: — “Em verdade, não sois meus servos, porque vos tenho a todos por amigos do coração”. (Jo 15:15)