“Há muitas moradas na casa de Nosso Pai” — assevera-nos o Senhor nas bênçãos da Boa Nova. (Jo
Entretanto viverás naquela que houveres erguido para ti mesmo, segundo o ensinamento do próprio Mestre, que manda conferir a cada um de acordo com as próprias obras. (Mt
Repara, pois, como te situas no campo do mundo, compreendendo que o teu sentimento é a força a impelir-te para os Círculos superiores ou para as Esferas inferiores, onde tecerás teu ninho.
Não te valhas, assim, da palavra para menosprezar as tarefas de teus irmãos, nem para reprovar as aflições que vergastam a Terra.
Não te aproveites do conhecimento para condenar ou para destruir e nem procures nas mãos do Cristo o martelo com que derribes, desapiedado, os domicílios alheios.
Não exibas a virtude nos gestos exteriores, porque a víbora da vaidade pode ferir-te quando suponhas colher as flores de imaginária vitória, e nem desejes a frente avançada no combate da purificação, com o desprestígio e a derrocada dos outros, porque é possível o teu apressado recuo para retificar decisões.
Lembremo-nos de que não há Céu para quem não edificou o paraíso em si mesmo, e aprendamos, sobretudo, a sentir com o amor, a fim de que o amor nos eduque para a extinção das trevas.
Os perversos moram nos fojos do crime e os crininosos esbarram sempre nas furnas de tardio arrependimento.
Aqueles que abusam dos recursos divinos que o Senhor lhes empresta, estagiam nos desvãos do desequilíbrio e os desequilibrados se detendo-se por fim, no abismo da enfermidade.
Os desertores da luz jazem domiciliados nas sombras e os habitantes das sombras demoram-se em lamentável cegueira de espírito.
As almas cristalizadas na crueldade estacionam nas enxovias do orgulho e do egoísmo e os devotos do egoísmo e do orgulho acabam despertando nos despenhadeiros da morte.
Observa, desse modo, a natureza de teu campo íntimo e acautela-te para o futuro, porque, sem dúvida, há inúmeras moradas no Universo Infinito, mas viverás viverás escravo ou senhor no templo do bem ou no cárcere do mal que tiveres escolhido para a tua residência nos caminhos da vida eterna.
(Reformador, fevereiro 1957, página 33)