Evangelho por Emmanuel, O – Comentários ao Evangelho Segundo João

Capítulo CCXXII

Ideia espírita



“Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós.” — JESUS (Jo 20:21)


Todos nós, em Doutrina Espírita, desaprovamos qualquer inclinação ao exclusivismo e à intransigência.

Nenhuma religião existe órfã da Providência Divina.

Nenhuma parcela da verdade reponta na Terra, endereçada ao desapreço.

Por outro lado, não ignoramos que a transmissão dos nossos princípios começa na reforma individual.

Chamados, porém, a colaborar na seara da Nova Revelação, é necessário consagrar o melhor de nós mesmos à ideia espírita, de modo a prestigiá-la e desenvolvê-la.

Nada fácil organizar escritórios e adquirir rotativas da grande imprensa, mas todos, sem exceção, dispomos de meios, ainda que modestos, a fim de apoiar essa ou aquela folha doutrinária que divulgue a ideia espírita.

Muito difícil senhorear integralmente as atividades de emissora moderna; contudo, ninguém aparece tão desvalido que não possa ofertar pequeno esforço para que a ideia espírita seja mantida em minutos breves pela onda radiofônica ou pelos canais da televisão.

Nem sempre dominaremos a tribuna com a retórica perfeitamente unida à gramática; no entanto, por mais humildes que sejamos, todos podemos, através da palavra sincera, expor a ideia espírita com franqueza e carinho, edificando a quem ouve.

Muito raramente lograremos organizar editoras para o lançamento de obras em massa; todavia, nenhum de nós está impedido de oferecer um livro que contenha a ideia espírita, para consolo e esclarecimento de quem lê.

Em toda a parte, surge o impositivo da ideia espírita: na interpretação religiosa, para que a fé não se converta em fanatismo; nos estudos filosóficos, para que a exposição verbal não seja discurso infrutífero; nas realizações científicas, para que a experimentação não se faça loucura; nas empresas da arte, para que o sentimento não se desprimore no vício.

O mundo tem sede de raciocínios em torno da imortalidade da alma, do intercâmbio espiritual, da reencarnação, da morte física, dos valores mediúnicos, da desobsessão, das incógnitas da mente, dos enigmas da dor e, sobretudo, ao redor das Leis Divinas a funcionarem, exatas, na consciência de cada um. Para que obtenhamos solução a semelhantes problemas, urge saibamos trabalhar pela difusão da ideia espírita, na construção da Era Nova, irradiando-a com todos os recursos lícitos ao nosso alcance, com base no veículo do exemplo.




(Reformador, janeiro 1964, página 23)