“Portanto, meus amados irmãos, sede firmes; inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é em vão.” — PAULO (1co
Nos dias de aflição e desencanto, o trabalho no bem é semelhante à marcha do viajor, sob tempestade alternada em fogo e gelo. Conheces, possivelmente, dias assim…
Desilusões alcançaram-te a alma, à feição de granizo arrasador.
Calúnias espancaram-te o sentimento, como brasas chamejantes.
Perseguições gratuitas apareceram, quais torrentes de enxurro grosso, dificultando-te os movimentos.
Crises morais repontaram da estrada, à guisa de labaredas, incendiando-te o refúgio.
É como se todas as circunstâncias te induzissem ao entorpecimento e ao desânimo.
Às vezes, quase só perguntas pelas esperanças, pelas promessas, pelos sonhos, pelos amigos… Ainda assim, persevera no serviço e prossegue adiante.
Os companheiros que exterminaram intentos nobres e votos edificantes, tanto quanto os que desprezaram projetos superiores e abandonaram as boas obras, voltarão, mais tarde, ao labor reconstrutivo, retomando o serviço que a vida lhes assinala, no ponto justo em que praticaram a deserção.
Ninguém se eleva, sem atender às imposições da subida. À face disso, todo esforço no bem, por mínimo que seja, redundará, invariavelmente, a favor de quem o realiza, porque toda ação, pela felicidade geral, é concurso na Obra Divina.
Desse modo, mesmo que todos os acontecimentos exteriores conspirem contra nós, permaneçamos fiéis ao trabalho do Senhor, estendendo o bem a todos os que nos cercam, na certeza de que o trabalho, em nome do Senhor, não é em vão.
(Reformador, julho 1962, página 146)