Evangelho por Emmanuel, O – Comentários às Cartas de Paulo

Capítulo II

Nós devemos



“Eu sou devedor tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes.” — PAULO (Rm 1:14)


De que natureza seria o débito de Paulo quando sabemos que o doutor dos gentios foi humilde tecelão para ganhar o sustento próprio até o fim de sua passagem apostólica, sem ser pesado a ninguém?

Sua afirmativa, no entanto, constitui lição de elevada substância para todos os Espíritos que receberam alguma cousa das verdades poderosas e eternas.

Quem alcançou a felicidade de compreender o ensinamento do Cristo ou de seus emissários recebe um sagrado depósito em valores imortais.

E é justo que quem saiba se constitua em devedor de quem ignora, quem tenha se reconheça como devedor de quem não possua.

No ato de ensinar ou de proporcionar reside, porém, uma das grandes situações desse mecanismo de realização do pagamento.

Ninguém aprenderá entre irritações, nem aproveitará quando a dádiva favoreça os desvios da consciência.

O cristão sincero, portanto, encontrará um meio de convencer sem muitas discussões e um recurso para beneficiar a outrem sem a cooperação mecânica das possibilidades financeiras, de modo absoluto.

A palavra do amigo do gentilismo renova os conceitos de luta das convicções.

Dentro de seu quadro, Nero não mais seria apontado como perseguidor dos mártires, mas como necessitado da luz que os mártires cristãos possuíam.

Esta é uma consoladora verdade que encherá a alma dos aprendizes fiéis de compreensões generosas.

Quando encontres alguém no mundo, com os títulos de ignorante ou de sábio da Terra, que te assalte com ironias, faze-lhe algum bem, por amor a Cristo, saldando a tua dívida.

E além de tudo, considera a tua felicidade, porque podes seguir para Jesus, enquanto o infeliz ainda permanece no mundo da sombra.