“Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Mas não useis da liberdade para dar ocasião à carne; antes, pelo amor, servi-vos uns aos outros.” — PAULO (Gl
Quanto mais se agiganta a evolução intelectual da Terra, mais se propalam reclamos em torno da liberdade.
Há povos que se batem por liberdade mais ampla.
Aparecem os chamados campeões da liberdade, levantando quartéis de opressão e esfogueadas legendas de rebeldia.
Fala-se em mais liberdade para a juventude. Pede-se liberdade para a criança.
No entanto, basta uma vista de olhos, nas máquinas aperfeiçoadas do mundo moderno, para que se reconheça o impositivo inevitável da disciplina.
O automóvel chispa, vencendo barreiras, mas, se o motorista foge do equilíbrio ao volante ou se desobedece aos sinais do trânsito, o acidente sobrevém.
O avião devora distâncias, transportando o homem, através de todos os continentes, no espaço de poucas horas; todavia, se o piloto não atende aos planos traçados na direção, o desastre não se faz retardio.
Louvemos a liberdade, sim, mas a liberdade de construir, melhorar, auxiliar, elevar…
Ninguém, na Terra, foi mais livre que o Divino Mestre. Livre até mesmo da posse, da tradição, da parentela, da autoridade. Entretanto, ninguém mais do que ele se fez escravo dos Desígnios Superiores, para beneficiar e iluminar a comunidade.
Eis porque nos adverte o apóstolo, sensatamente: “Fostes chamados à liberdade, mas não useis a liberdade, favorecendo a devassidão; ao invés disso, santifiquemos a liberdade, através do amor, procurando servir.”
(Reformador, abril 1963, página 74)