“Pois somos a feitura dele, criados em Jesus-Cristo para boas obras.” — PAULO (Ef
Se acreditas que apenas o ouro é base correntia da caridade, lembra-te de Jesus, que enriqueceu a Terra sem possuir uma pedra onde repousar a cabeça.
Descerrando o próprio coração, ei-lo a espalhar os bens imarcescíveis do espírito.
Fez luzir a estrela da humildade à frente dos poderosos.
Acentuou a alegria nas bodas singelas de Caná.
Ensinou aos discípulos a verdade sem afetação.
Deu assistência aos enfermos.
Forneceu coragem aos desalentados.
Ministrou consolação aos aflitos.
Imprimiu visão nova aos olhos de Madalena.
Acendeu súbita claridade no ânimo d e Zaqueu.
Envolveu em compassivo entendimento a incompreensão de Judas.
Cercou de bondade o esmorecimento de Simão Pedro.
Endereçou bênçãos de compaixão à turba desenfreada aos pés da cruz.
Brindou o mundo com o esquecimento do mal, retomando-lhe o convívio, depois do túmulo.
Recorda, pois, que também podes distribuir das riquezas que fluem de ti próprio, cuja aquisição é inacessível à moeda comum.
Oferece aprovação e estímulo ao bem, apoio e conforto à dor…
Estende ternura e simpatia, concurso e fraternidade…
Espalha compreensão e esperança entre aqueles com quem convives e recebe com gentileza e bondade aqueles que te procuram…
Não aguardes sobras na bolsa para atender aos planos da caridade.
Lembra-te de que o amor é inesgotável na fonte do coração e de que Jesus, ainda hoje, com Deus e com o amor, vem multiplicando, dia a dia, os eternos tesouros da Humanidade.
(Reformador, janeiro 1959, página 3)