Evangelho por Emmanuel, O – Comentários às Cartas de Paulo

Capítulo CCCLXXV

Posse da vida



“Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna.” — Paulo (1tm 6:12)


A recomendação de Paulo de Tarso a Timóteo é eminentemente expressiva. Examinemos, por exemplo, a primeira sentença: “Milita a boa milícia da fé”; será aproveitar os ensejos de luta, de trabalho, de obstáculos, a fim de provar a disposição sincera no serviço do Senhor.

Fé não se exterioriza sem ocasiões adequadas e o aprendiz que se furte aos combates ásperos perde toda oportunidade de testemunho. Realizada, porém, a devida edificação, o discípulo estará preparado a receber a Luz Divina, de conformidade com a segunda sentença: “Toma posse da vida eterna”; é o apelo Supremo.

O rio da eternidade passa ao lado dos Espíritos humanos, oferecendo-lhes o tesouro imperecível.

As criaturas, porém, na sua generalidade, permanecem interessadas no jogo da ambição egoística da esfera transitória ou distraídas na ilusão. Muitas fazem o simulacro de preocupação espiritual, à custa de devocionários convencionais, esperando favores do Céu que nada fizeram por merecer ou aguardando paraísos de ociosidade, após a morte do corpo.

Continuam ignorando, às vezes, voluntariamente, que é o próprio Espírito quem ergue o santuário e o habita.

Cada qual povoa o mundo que construiu em si mesmo. Deus cria as Grandezas Universais e oferece-as aos homens e cada filho, sem falsa compreensão, deve entrar na posse dos Bens Eternos.