“Consideremo-nos uns aos outros para nos estimularmos à caridade e às boas obras.” — PAULO (Hb
Desertaram companheiros dos quais contávamos receber apoio e incentivo para a realização do serviço que nos compete.
Determinados amigos tomaram destaque nos interesses do mundo e empreenderam grandes negócios materiais.
Outros granjearam influência política e como que se afastam da senda que palmilhamos.
Outros ainda adquiriram prolongados compromissos de natureza familiar e jazem aparentemente agrilhoados às paredes domésticas.
Surgem os que receberam encargos públicos e distanciaram-se transitoriamente de nós.
Vemos os que conquistaram títulos profissionais, depois de aturados estudos, figurando-se-nos arremessados a vínculos outros, compelidos a centralizar atenções e energias, em assuntos que nos escapam.
Assinalamos os que sofrem pequeninos desenganos, bandeando-se para novas esferas de atividade.
Aparecem os que se dizem necessitados de mais dinheiro e despedem-se no rumo de aquisições que não mais se coadunam com o nosso modo de pensar e de ser.
Abraçamos, sensibilizados, os que se afirmam tangidos por imposições particulares, largando-nos o convívio por se transferirem de residência.
Em muitas ocasiões, somos naturalmente induzidos a lastimar essa ou aquela modificação, premidos por nossa fraqueza humana; entretanto, para todos os casos de semelhante expressão, a palavra do apóstolo Paulo é uma advertência ao otimismo e à serenidade.
Seja qual for a posição a que nossos companheiros sejam chamados, consideremo-nos uns aos outros por irmãos necessitados de apoio recíproco e saibamos estimulá-los à caridade e às boas obras, sustentando-lhes o ânimo no trabalho e auxiliando, quanto nos seja possível, a cada um deles na execução do melhor.
(Reformador, julho 1962, página 146)