Evangelho por Emmanuel, O – Comentários às Cartas de Paulo

Capítulo CDLI

Correções



“Se suportais a correção, Deus vos trata como a filhos; pois que filho há a quem o pai não corrija?” — PAULO (Hb 12:7)


Bem-aventurado o Espírito que compreende a correção do Senhor e aceita-a sem relutar. Raras, todavia, são as criaturas que conseguem entendê-la e suportá-la.

Por vezes, a repreensão generosa do Alto — símbolo de desvelado amor — atinge o campo do homem, traduzindo advertência sagrada e silenciosa, mas, na maioria das ocasiões, a mente encarnada repele o aguilhão salvador, mergulha dentro da noite da rebeldia, elimina possibilidades preciosas e qualifica de infortúnio insuportável a influência renovadora, destinada a clarear-lhe o escuro e triste caminho.

Muita gente, em face do fenômeno regenerativo, apela para a fuga espetacular da situação difícil e entrega-se, inerme, ao suicídio lento, abandonando-se à indiferença integral pelo próprio destino.

Quem assim procede não pode ser tratado por filho, porquanto isolou a si mesmo, afastou-se da Providência Divina e ergueu compactas paredes de sombra entre o próprio coração e as Bênçãos Paternas.

Aqueles que compreendem as correções do Todo-Misericordioso, reajustam-se em círculo de vida nova e promissora.

Vencida a tempestade íntima, revalorizam as oportunidades de aprender, servir e construir, e, fundamentados nas amargas experiências de ontem, aplicam as graças da vida superior, com vistas ao amanhã.

Não te esqueças de que o mal não pode oferecer retificações a ninguém. Quando a correção do Senhor alcançar-te o caminho, aceita-a, humildemente, convicto de que constitui verdadeira mensagem do Céu.