Evangelho por Emmanuel, O – Comentários às Cartas de Paulo

Capítulo CDLXIII

Na senda escabrosa



“Nunca te deixarei, nem te desampararei.” — PAULO (Hb 13:5)


A palavra do Senhor não se reporta somente à sustentação da vida física, na subida pedregosa da ascensão. Muito mais que de pão do corpo, necessitamos de pão do espírito.

Se as células do campo fisiológico sofrem fome e reclamam a sopa comum, as necessidades e desejos, impulsos e emoções da alma provocam, por vezes, aflições desmedidas, exigindo mais ampla alimentação espiritual.

Há momentos de profunda exaustão, em nossas reservas mais íntimas. As energias parecem esgotadas e as esperanças se retraem apáticas. Instala-se a sombra, dentro de nós, como se espessa noite nos envolvesse.

E qual acontece à Natureza, sob o manto noturno, embora guardemos fontes de entendimento e flores de boa vontade, na vasta extensão do nosso país interior, tudo permanece velado pelo nevoeiro de nossas inquietações.

O Todo-Misericordioso, contudo, ainda aí, não nos deixa completamente relegados à treva de nossas indecisões e desapontamentos. Assim como faz brilhar as estrelas fulgurantes no alto, desvelando os caminhos constelados do firmamento ao viajor perdido no mundo, acende, no céu de nossos ideais, convicções novas e aspirações mais elevadas, a fim de que nosso Espírito não se perca na viagem para a vida superior.

“Nunca te deixarei, nem te desampararei” — promete a Divina Bondade.

Nem solidão, nem abandono. A Providência Celestial prossegue velando…

Mantenhamos, pois, a confortadora certeza de que toda tempestade é seguida pela atmosfera tranquila e de que não existe noite sem alvorecer.