“Tu, porém, por que julgas teu irmão? e tu, por que desprezas o teu? pois todos compareceremos perante o Tribunal de Cristo.” — PAULO (Rm
Constrangido a examinar a conduta do companheiro, nessa ou naquela circunstância difícil, não lhe condenes os embaraços morais.
Lembra-te dos dias de cinza e pranto em que o Senhor te susteve a queda a poucos milímetros da derrota.
Não te acredites a cavaleiro dos novos problemas que surgirão no caminho…
Todo serviço incompleto, que deixaste na retaguarda, buscar-te-á, de novo, o convívio para que lhe ofereças acabamento. E o remate legal de todas as nossas lutas pede o fecho do amor puro como selo da Paz Divina.
As pedras que arremessaste ao telhado alheio voltarão com o tempo sobre o teto em que te asilas, e os venenos que destilaste sobre a esperança dos outros tornarão, no hausto da vida, ao clima de tua própria esperança, testando-te a resistência.
Aprende, pois, desde hoje, a ensaiar tolerância e entendimento, para que o remédio por ti mesmo encomendado às mãos do “agora” não te amargue a existência, destruindo-te o coração.
Toda semente produz no solo do tempo e as almas imaculadas não povoam ainda a Terra. Distribui, portanto a paciência e a bondade com todos aqueles que se enganaram sob a neblina do erro, para que te não faltem a paciência e a bondade do irmão a que te arrimarás no dia em que a sombra te ameace o campo das horas.
Auxilia, enquanto podes.
Ampara, quanto possas.
Socorre, quanto possível.
Alivia, quanto puderes.
Procura o bem, seja onde for.
E, sobretudo, desculpa sempre, porque ninguém fugirá do exato julgamento na Eterna Lei.
(Reformador, setembro 1958, página 194)