“Assim pois cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus.” — PAULO (Rm
Se te propões à renovação com o Cristo, é imperioso suportes, pacientemente, as opiniões contraditórias em torno da diretriz diferente a que te afeições.
Se algum erro te assinala o passado, muitos te acreditarão de pés chumbados à sombra que, há muito, já desterraste do espírito;
se expressas algum voto de melhoria íntima, não obstante as deficiências naturais que ainda te marquem o início no aprendizado evangélico, há quem te exija espetáculos de grandeza, de um instante para outro;
se te dispões a trabalhar no auxílio aos semelhantes, de modo mais intenso, há quem veia desperdício em teus gestos de generosidade e beneficência;
se nada mais podes dar ao necessitado além da migalha de tuas escassas reservas materiais, aparece quem te acuse de sovinice;
se te corriges decididamente perante a verdade com o propósito de servi-la, há quem te interprete a espontaneidade por fanatismo;
se te recolhes gentileza e à serenidade, na execução da tarefa que o serviço do Senhor te atribui, surge quem te aponte por exemplar de pieguice ou indolência…
Apesar de todos os palpites antagônicos, acerca de teu esforço e conduta, entra no imo da própria alma, observa se a sinceridade te preside as resoluções e os atos, no foro da consciência e, se te reconheces, diante, do Senhor, fazendo o melhor que podes, guarda o coração tranquilo e prossegue, de esforço limpo e atitude reta, caminho adiante, na convicção de que “cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus”.
(Reformador, outubro 1964, página 223)