“Eu plantei, Apolo regou, mas o crescimento veio de Deus”. — Paulo. (1co
Nada de personalismo dissolvente na lavoura do espírito.
Qual ocorre em qualquer campo terrestre, cultivador algum, na gleba da alma, pode jactar-se de tudo fazer nos domínios da sementeira ou da colheita.
Após o esforço de quem planta, há quem siga o vegetal nascente, quem o auxilie, quem o corrija, quem o proteja.
Pensando, porém, no impositivo da descentralização, no serviço espiritual, muitos companheiros fogem à iniciativa nas construções de ordem moral que nos competem. Muitos deles, convidados a compromissos edificantes, nesse ou naquele setor de trabalho, afirmam-se inaptos para a tarefa, como se nunca devêssemos iniciar o aprendizado do aprimoramento íntimo, enquanto que outros asseveram, quase sempre com ironia, que não nasceram para líderes. Os que assim procedem costumam relegar para Deus comezinhas obrigações no que tange à elevação, progresso, acrisolamento ou melhoria, mas as leis do Criador não isentam a criatura do dever de colaborar na edificação do bem e da verdade, em favor de si mesma.
Vejamos a palavra do Apóstolo Paulo, quando já conhecia os problemas do autoaperfeiçoamento, em nos referindo à evangelização: “eu plantei Apolo regou, mas o crescimento veio de Deus”.
A necessidade do devotamento individual à causa da verdade transparece, clara, de semelhante conceituação.
Sabemos que a essência de toda atividade, numa lavra agrícola, procede, originariamente, da Providência Divina. De Deus vêm a semente, o solo, o clima, a seiva e a orientação para o desenvolvimento da árvore, como também dimanam de Deus a inteligência, a saúde, a coragem e o discernimento do cultivador, mas somos obrigados a reconhecer que alguém deve plantar.
(Paris, França, 23, Agosto, 1965.)
(Psicografado por Francisco C. Xavier.)