Evangelho por Emmanuel, O – Comentários às Cartas de Paulo

Capítulo LXXXV

Permaneçamos fiéis



“Além disso, requer-se nos despenseiros que cada um se ache fiel.” — PAULO (1co 4:2)


Num aparelho, a segurança da produção exige que cada peça funcione, no lugar próprio. Numa orquestra, para que a sinfonia alcance todo o vigor melódico, é forçoso se localize cada instrumento na função que lhe cabe.

Na obra do Evangelho, é imprescindível também que cada tarefeiro se compenetre das atribuições de que foi investido.

Dirás que o Senhor liquidará todas as necessidades, que Ele não dorme sobre as promessas, feitas, que a Sua Infinita Bondade solucionará todos as problemas, que a nossa fé precisa sustentar-se, incondicional, e estarás proclamando a verdade, mas a verdade não endossa a preguiça ou a imprudência dos servos.

O comandante de um grande navio pode ser um gênio de sabedoria e bondade, mas toda a direção se compromete, de imediato, se o mais obscuro cooperador da embarcação coloca uma bomba na casa de máquinas.

Seja qual seja a nossa posição, a serviço do Mestre, é imperioso refletir que, se esperamos por Ele, é natural que Ele igualmente espere por nós.

Não obstante os erros que ainda nos assinalem o coração, sejamos sinceros em nós mesmos e estejamos decididos a cumprir o dever que esposamos, diante da consciência.

Desistamos de alegar tropeços e culpas, inibições e defeitos para a fuga das responsabilidades que nos competem.

O próprio boi, mostrando os cascos empastados de lama, para servir no arado, junto ao homem, deve ser um animal fiel.




(Reformador, novembro 1962, página 242)